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Publicado em 10/12/2015

Câncer de testículo tem cura?

Câncer de testículo tem cura?

De todos os tumores malignos que afetam a saúde dos homens, apenas 5% surgem nos testículos. A frequência é baixa, mas ainda assim representa um risco à saúde e precisa de atenção. Principalmente porque a incidência é maior na população masculina em idade reprodutiva.

Homens entre 15 e 50 anos de idade são os mais vulneráveis à doença. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de que para cada 100 mil indivíduos do sexo masculino existam de três a cinco casos de câncer no testículo.

É uma neoplasia rara e com baixo índice de mortalidade, quando comparada com cânceres como o de próstata, segundo mais comum entre os homens. Os poucos casos dos quais se tem informação torna a doença menos falada e pouco conhecida. E como são as pessoas jovens e sexualmente ativas que apresentam as maiores queixas relacionadas aos sintomas, quando surgem os primeiros sinais há a chance destes serem confundidos ou mascarados por inflamações dos testículos e dos epidídimos. Somente quando os medicamentos prescritos não causam melhora do inchaço ou sintoma e é preciso voltar ao médico para resolver o problema é que a possibilidade de câncer passa a ser investigada.

Prevenção

Um hábito simples que os homens podem adotar para prevenir a doença é o auto-exame dos testículos. O método é uma maneia eficaz de detectar anomalias que podem estar relacionadas ao câncer do testículo em estágio inicial. O que as alterações identificadas significam de fato, como a presença de nódulos ou endurecimentos testiculares, somente um médico especialista em urologia pode afirmar.

O melhor momento do dia para realizar o auto-exame é após um banho quente. O calor da água relaxa o escroto, facilitando a observação de anormalidades. A recomendação é de que o auto-exame seja feito todo mês.

Fatores de risco

A atenção deve ser redobrada por quem já teve algum caso do câncer de testículo na família ou viveu a experiência da criptorquidia, quando o testículo não desce para a bolsa escrotal.

Sendo a criptorquidia um fator importante que influi no aparecimento deste tipo de tumor, pais e pediatras devem estar atentos ao desenvolvimento dos meninos na infância. O olhar atento do pediatra para o desenvolvimento dos órgão genitais dos meninos é capaz de detectar se a descida dos testículos para a bolsa escrotal ocorreu normalmente.

Tratamento

Quando o câncer de testículo é diagnosticado, é feita a coleta de material para biópsia, na maioria das vezes através da remoção cirúrgica do testículo afetado. O procedimento geralmente não representa risco à função sexual ou reprodutiva do paciente, caso tenha o outro testículo normal.

Após a cirurgia, a prescrição de um tratamento complementar depende da presença ou da possibilidade de a doença chegar a outros órgãos do corpo. Quando isso acontece, a alternativa é realizar uma nova cirurgia, fazer radioterapia, quimioterapia ou apenas o controle clínico.

E a cura?

Como todo câncer, o de testículo possui boas chances de cura quando é diagnosticado precocemente. Ao ser descoberto na fase inicial, a chance de cura é de até 95%, sendo que considera-se livre do câncer o paciente que foi tratado e não apresenta recidiva no prazo de cinco anos. Nos casos em que as células do tumor localizado no testículo se deslocam para outras partes do corpo, formando novos tumores, o índice de cura reduz para aproximadamente 70%.

As boas taxas de recuperação se devem à evolução do tratamento do câncer de testículo nos últimos anos. Os principais existentes constam no E-book “Tumores Urológicos Raros: sintomas, tratamento e informações”, preparado pela equipe da NeoUro.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270

Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes