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Por: - Urologista - CRM 650 RQE 5273
Publicado em 09/11/2016 - Atualizado 30/08/2023

Criança pode ter pedra nos rins?

Criança pode ter pedra nos rins?

As histórias de adultos que começaram a sentir dores quase insuportáveis e que descobriram que estavam com pedra nos rins (litíase urinária ou cálculo renal) depois de receber assistência médica adequada são muitas. E relatos de crianças que tenham sofrido com o problema, você já ouviu?

É, a litíase urinária não é exclusividade dos adultos. Crianças também pode apresentar o problema nos rins. Os motivos são vários. Os principais estão relacionados ao atual estilo de vida das crianças, pouco saudável.

A dieta à base de frituras, guloseimas e alimentos ricos em sal é só uma parte do problema. A falta de atividade física e a hidratação inadequada também. O que completa o risco de uma criança ter pedra nos rins é a existência da doença em outros membros da família (pais, avós, tios e irmãos). Essas crianças têm três vezes mais propensão para desenvolver a litíase. Outro grupo de risco para desenvolver os cálculos renais são as crianças com alguma malformação do trato urinário.

Uma maneira de evitar que as pedras nos rins se formem na infância é manter os rins em constante funcionamento. Para isso, a criança deve beber água. A recomendação é de que ingira aproximadamente 30 mL/kg diariamente. Outra opção é oferecer para ela sucos cítricos naturais (não artificiais), como os de limão e laranja.

Sintomas da pedra nos rins em crianças

Alguns sinais que indicam a existência de pedra nos rins em criança são a presença de:

Infecção urinária – a infecção pode surgir tanto em função dos cálculos renais como favorecer sua formação.

Dor abdominal ou nas costas – em crianças pequenas a dor é mais difusa. Já as crianças maiores e os adolescentes costumam sentir a mesma dor que surge no adulto com litíase.

Sangue na urina – também conhecida como hematúria, a presença de sangue na urina da criança é um dos indicativos de que ela pode estar com pedra nos rins. O sintoma pode surgir junto com a dor abdominal.

Além da observação clínica, o urologista solicita exames de imagem para diagnosticar crianças com pedra nos rins. De acordo com a situação e com fatores como dureza, tamanho e posição do cálculo, o especialista prescreve o melhor tratamento. Em alguns casos há a necessidade de cirurgia. Em outros, aguarda-se a pedra ser expelida naturalmente.

Algumas crianças têm de conviver com o cálculo por tempo prolongado. Outras, por toda a vida, especialmente as que detém casos da doença na família. Portanto, ela precisa compreender o que está acontecendo e ser incentivada a adotar bons hábitos de vida desde cedo. Principalmente a beber muita água, consumir alimentos saudáveis e manter uma atividade física regular.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 650 RQE 5273

Formado em medicina pela UFSC e especialista em urologia Hospital Estadual Souza Aguiar, o Dr. Reginaldo Oliveira é professor de urologia desde 1969. Já foi presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a uroneurologia e disfunções miccionais.   Ver Lattes