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Por: - Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Publicado em 26/02/2015

Ligação do cigarro com o câncer de bexiga

Ligação do cigarro com o câncer de bexiga

Quando falamos de tabagismo, o câncer de bexiga pode não ser tão divulgado quanto o câncer de pulmão, mas nem por isso deixa de acontecer ou de ser importante. Em 85% dos casos, o tumor é assintomático e, quando apresenta sinais, a presença de sangue na urina (hematúria) é o mais comum. Ardência na hora de urinar e aumento da frequência ao urinar também podem ser sintomas relacionados. Estudos definitivos ligam esse tipo de câncer ao hábito de fumar.

Tumores na bexiga e tabagismo

De acordo com um levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da FMUSP em parceria com Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), 65% dos homens e 25% das mulheres que têm tumor de bexiga fumam ou já fumaram em algum momento da vida. Esses dados são baseados nos 800 pacientes tratados pela instituição em apenas 12 meses.

Conforme dados da mesma pesquisa, 40% dos pacientes tratados têm tumores com invasão da camada muscular. Isso faz com que a retirada completa do órgão se faça necessária. De acordo com o chefe do Departamento de Urologia do ICESP, Marcos Francisco Dall’Oglio, as substâncias absorvias ao fumar são, muitas vezes, eliminadas pela urina e isso aumenta o risco de desenvolver um tumor no sistema urinário.

Entre os tipos de tumores que atingem o sistema urinário, nos homens, o câncer de bexiga só perde para o de próstata. Ao mesmo tempo, ele é considerado mais perigoso e mais letal.

Em outro estudo realizado nos Estados Unidos com 790 pacientes com câncer de bexiga, também foram analisados quanto ao histórico de tabagismo. Metade deles tinha parado de fumar, alguns até 10 anos antes de serem diagnosticados com a doença. Ao serem perguntados se sabiam que o cigarro podia estar ligado à doença, a maioria dos pacientes falou que sim. “O câncer de bexiga é o segundo tipo de câncer relacionado ao tabagismo, perdendo apenas para o de pulmão”, informa o coordenador da pesquisa, Dr. Jeffrey C. Bassett, da Califórnia.

Grupo de risco e prevenção

De acordo com o ICESP, os fatores que colaboram para o desenvolvimento de tumor de bexiga são inúmeros, mas o mais importante é o tabagismo. Além disso, indivíduos que usam sondas por muitos anos e os que têm infecção urinária recorrente precisam ficar atentos, pois também se tornam um grupo sensível a essa doença.

Urinar muitas vezes ao dia, sangue na urina, ardência ao urinar e sensação de esvaziamento incompleto também são sintomas que devem deixar a pessoa em alerta para procurar um Urologista o quanto antes.

Como sempre, hábitos saudáveis de vida, como alimentação equilibrada e exercícios físicos são essenciais para evitar o aparecimento desse câncer. Além disso, caso a pessoa note qualquer alteração em sua urina ou na frequência de sua micção, procurar o médico o quanto antes permite um diagnóstico preciso e rápido, possibilitando maior sucesso no tratamento.

A UROMED é referência estadual em Urologia. Dentro da UROMED, o Núcleo de Estudos em Onco-Urologia – NeoUro é o grupo de médicos Urologistas com atuação exclusiva na área oncológica. Estamos pontos para atendê-lo. Entre em contato.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675

Dr. Ricardo Kupka é formado em medicina pela UFSC. Especialista em urologia e cirurgia geral no Hospital Governador Celso Ramos. Realizou fellowship em Uro-Oncologia pela USP e Hospital Sírio Libanês, e o doutorado em Urologia na USP. É membro da NeuUro - Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Seus principais interesses são urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes