A grande maioria dos tumores renais não apresenta sintomas em suas fases iniciais. Boa parte deles é diagnosticada de forma incidental quando é realizado algum exame de imagem de rotina ou para avaliar outras queixas.
Entretanto, em estágios mais avançados, podemos identificar sintomas como:
Até o momento, não existe um fator causal identificado para o surgimento de um tumor renal. Ele começa, na maior parte dos casos, com uma mutação celular ao acaso que faz com que tais células cancerosas multipliquem-se sem controle.
A imensa maioria dos tumores renais ocorre como uma fatalidade, ao acaso (chamado carcinoma de células renais [CCR] esporádico). Entretanto, cerca de 2 a 5% dos casos podem ser identificados como um CCR familiar (ou hereditário), principalmente em pacientes que tiveram dois parentes de primeiro grau com história de CCR, ou com diagnóstico do tumor antes dos 50 anos, ou que apresentem tumores múltiplos e bilaterais, ou ainda naqueles com história familiar conhecida de alguma doença genética relacionada (como a Síndrome de von Hippel-Lindau, HPRCC, HLRCC e Síndrome de Birt-Hogg-Dubé).
Com relação aos fatores de risco, sabemos que alguns deles predispõem o paciente ao diagnóstico de um tumor renal:
Uma vez que a maioria dos tumores renais são identificados em exames radiológicos de rotina, ou na investigação de queixas não relacionadas a eles, dizemos que a maioria dos diagnósticos são incidentais (e, por isso, os tumores renais assim identificados são chamados “incidentalomas”). Exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética são necessários para uma avaliação detalhada de qualquer lesão renal sólida, bem como a avaliação da função renal do paciente.
A biópsia (remoção de uma amostra do tumor através de uma agulha) pode ser solicitada em alguns casos (principalmente quando há alguma dúvida no diagnóstico), embora seja infrequente sua necessidade.
Sabemos que nem toda lesão renal sólida (nódulo renal) é um tumor maligno, entretanto, nenhum exame de imagem (como tomografia computadorizada ou ressonância magnética) é capaz de diferenciar com precisão se uma lesão é maligna ou benigna, sendo esse diagnóstico definitivo feito geralmente após a remoção cirúrgica da lesão.
Entretanto, o tamanho do nódulo pode nos dar algumas pistas interessantes: quanto maior seu diâmetro, maior o risco de ser maligna e também mais agressiva.
Tamanho do nódulo | Benigno | Maligno | |
---|---|---|---|
Pouco agressivo | Muito agressivo | ||
<1cm | ≅45% | ≅ 50% | < 5% |
1 a 4cm | ≅ 20% | ≅ 40% | ≅ 20% |
4 a 7cm | ≅ 5 a 10% | ≅ 65 a 70% | ≅ 25% |
>7cm | ≅ 5% | ≅ 55% | ≅ 40% |
O tratamento de qualquer tumor depende de inúmeros fatores, como características da doença (condições locais da lesão, função dos rins, extensão do câncer), condição geral e expectativa de vida do paciente (idade, doenças associadas, cirurgias prévias), e preferências do próprio paciente, família ou médicos. Desta forma, cada conduta deve sempre ser individualizada.
Uma vez que grande parte dos tumores renais é resistente à radioterapia ou à quimioterapia, o tratamento inicial é a remoção cirúrgica da lesão, na maioria dos casos (principalmente naqueles cuja doença não atingiu outros órgãos). A cirurgia pode ser uma nefrectomia radical (remoção do rim por completo, com a gordura que o reveste) ou nefrectomia parcial (remoção somente da parte doente do rim). Em alguns casos, pode-se fazer necessária a remoção conjunta de órgãos próximos (como a glândula adrenal) e serem tomadas biopsias dos gânglios linfáticos (linfadenectomia). A via de acesso para tais procedimentos pode ser aberta (incisão no abdome) ou por videolaparoscopia (através de pequenos orifícios com auxílio de pinças específicas e de uma microcâmera de vídeo).
Em casos específicos pode-se, inclusive, optar por somente monitorar um nódulo renal periodicamente através de exames de imagem, principalmente aqueles muito pequenos em pacientes com doenças severas associadas e/ou com expectativa de vida limitada. Em outros casos, pode-se optar pelas chamadas terapia focais (destruição do tumor por congelamento [crioterapia] ou por aquecimento [radiofrequência]).
Já nos casos de tumores metastáticos (quando a doença já atingiu outros órgãos distantes dos rins), o tratamento de escolhe passa a ser uma espécie de quimioterapia (chamada terapia alvo), com medicamentos modernos que têm por objetivo reduzir o tumor e frear sua progressão, ou uma imunoterapia (tratamento que fortalece o sistema imunológico do paciente a combater o tumor). Mesmo em casos de metástase, muitas vezes a ressecção do tumor inicial (nefrectomia citorredutora) se faz necessária, ajudando a melhorar as respostas ao tratamento.
Dentre as medidas mais efetivas para reduzir o risco de ter um tumor renal, as mais eficientes são justamente aquelas que fazem com que tenhamos uma vida mais saudável em âmbito geral:
No caso do diagnóstico de uma lesão renal, todo paciente deve consultar com um Urologista para que seja avaliado.
Anote os sintomas que você está sentindo, incluindo os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você está consultando, bem como suas informações pessoais importantes, incluindo quaisquer preocupações ou mudanças de hábito recentes. Tenha uma lista de todos medicamentos em uso.
Prefira levar junto à consulta algum membro da família ou acompanhante. Às vezes pode ser difícil lembrar de todas as informações fornecidas. Alguém que o acompanhe pode ajudar a lembrar de algo que você esqueceu ou não tenha compreendido.
Uma vez que o tempo de consulta com o seu médico é limitado, convém preparar uma lista de perguntas que possam ajudá-lo a obter o máximo de informações durante seu tempo juntos. Para o câncer de rim, algumas perguntas básicas a serem feitas ao seu Urologista incluem:
Além destas perguntas, não se intimide em fazer novos questionamentos que por ventura possam surgir durante a consulta.