Toda lesão renal cujo seu conteúdo interno é líquido é chamada de cisto (quisto ou lesão cística). Se o conteúdo da lesão é sólido, é chamada de tumor (conceitualmente, quando for menor que 4cm é denominada nódulo, mas se for maior que 4cm, é definida como massa renal).
Cistos renais são lesões geralmente redondas, com conteúdo interno líquido, originárias nos rins. Podem, eventualmente, estar associados a doenças graves, que inclusive comprometem a função renal. Entretanto, na maioria das vezes, são do tipo simples, ou seja, cistos benignos que raramente complicam.
Não existe uma causa definida para o surgimento dos cistos renais simples. Frequentemente, são lesões isoladas (muitas vezes únicas), embora cistos múltiplos possam ocorrer em um ou ambos os rins.
Cistos renais simples são geralmente detectados durante exames rotineiros de imagem, uma vez que, na maioria dos casos, não causam nenhum sintoma, ainda que possam crescer o suficiente para gerar queixas como dor lombar (nas costas ou lateral do abdome), febre (em casos de infecção associada) ou até mesmo dor no abdome superior (em caso de lesões muito volumosas).
Embora infrequentes, os cistos renais podem ser focos de complicações, dentre elas a infecção do cisto (cisto infectado), causando febre e dor, ruptura do cisto, causando dor lombar ou no flanco, e obstrução da urina dentro do rim, levando a um inchaço renal (chamada hidronefrose), que frequentemente gera dor.
Desta forma, o médico Urologista investigará o caso com perguntas a respeito da situação clínica do paciente, como:
Até o momento, não está claro o que causa o surgimento de cistos renais simples. Teorias sugerem que estes cistos se desenvolvem quando a camada superficial do rim enfraquece e forma uma pequena hérnia de dentro para fora do rim (divertículo). Essa bolsa, em seguida, se enche de fluido, desloca o tecido renal e se desenvolve como um cisto.
O principal fator de risco para o surgimento de cistos renais é a idade, ou seja, quanto mais envelhecemos, maior o risco de termos um cisto renal, embora possam ocorrer em qualquer idade, inclusive em crianças.
Em contrapartida, existem doenças hereditárias bem conhecidas que predispõem ao surgimento de cistos renais, nesses casos múltiplos e bilaterais, e que podem levar à perda da função renal, como é o caso da doença renal policística.
Na maioria dos casos, os cistos renais apresentam um curso benigno. Entretanto, alguns deles podem evoluir para um tumor renal ou um câncer de rim. Clique aqui e baixe nosso e-book sobre o câncer de rim.
Com o intuito de melhor investigar e separar os casos de risco, existe uma classificação radiológica que divide os cistos renais em simples ou complexos, baseada nos achados identificados em exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esta classificação se chama Bosniak (em homenagem ao médico que a idealizou, em 1986), e assim está definida:
Resumidamente, quanto mais espessas as paredes do cisto, quanto mais septos (TRAVES INTERNAS) houver dentro do cisto, quanto mais calcificações e conteúdos sólidos nas paredes do cisto, maior a nota de Bosniak, e portanto, maior o risco de haver um tumor associado ao cisto. Assim, o risco de ser maligno associa-se diretamente à nota do cisto.
Os cistos renais simples (Bosniak I e II), na maioria dos casos, não necessitam investigação adicional além do exame de imagem que o diagnosticou, exceto em casos sintomáticos. Já os cistos renais complexos (Bosniak IIF, III e IV) devem sempre ser avaliados por exames mais sofisticados, como tomografia computadorizada e, em alguns casos, ressonância magnética. Além disso, exames de sangue que avaliam a função renal são geralmente úteis.
Nos cistos renais simples (Bosniak I e II), a maioria dos casos requer somente seguimento regular com exames de imagem, estando o tratamento indicado somente nos casos sintomáticos ou quando surgem complicações. Tal tratamento pode ser feito por meio de uma punção com agulha através pele, sendo o cisto esvaziado e, em seguida, preenchido por alguma substância esclerosante (como álcool). Em alguns casos, pode existir a necessidade de um tratamento cirúrgico (preferencialmente, realizado por videolaparoscopia), onde o cisto é esvaziado e suas paredes são ressecadas e cauterizadas.
Em casos de cistos renais complexos do tipo Bosniak IIF, após uma investigação minuciosa, geralmente se recomenda um acompanhamento regular frequente com exames de imagem. Em alguns casos pode haver a necessidade da remoção cirúrgica.
Já nos outros casos de cistos complexos (Bosniak III e IV), geralmente o tratamento cirúrgico se faz necessário, devendo ser pautado na ressecção completa do cisto, sem ruptura do mesmo, com uma margem de segurança (como se faz para tumores renais), uma vez que podem estar relacionados à presença de células cancerosas.
Na maioria das vezes, o cisto renal é diagnosticado através de exames realizados para investigar outras queixas ou condições de saúde, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. No caso do diagnóstico de um cisto renal, todo paciente deve consultar com um Urologista para que seja avaliado.
Anote os sintomas que você está sentindo, incluindo os que podem parecer sem relação com o motivo pelo qual você está consultando, bem como suas informações pessoais importantes, incluindo quaisquer preocupações ou mudanças de hábito recentes. Tenha uma lista de todos medicamentos em uso.
Prefira levar junto à consulta algum membro da família ou acompanhante. Às vezes pode ser difícil lembrar de todas as informações fornecidas. Alguém que o acompanhe pode ajudar a lembrar de algo que você esqueceu ou não tenha compreendido.
Uma vez que o tempo de consulta com o seu médico é limitado, convém preparar uma lista de perguntas que possam ajudá-lo a obter o máximo de informações durante seu tempo juntos.
Durante a consulta com um Urologista, ele pode esclarecer suas dúvidas, como: