Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 29/12/2015
O aumento da incidência das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) tem sido um grave problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 a 12 milhões de casos novos de DSTs surgem no Brasil a cada ano. A estatística acende o sinal de alerta para a necessidade de prevenção. Uma preocupação que poucas mulheres têm, segundo a pesquisa que traça o perfil sexual da população brasileira.
Os resultados do Estudo do Comportamento Sexual (ECOS) do Brasileiro aponta que o maior medo das mulheres é contaminar-se com DST. Das cerca de 1,5 mil mulheres que participaram do estudo, 54,1% dizem ter esse receio. No entanto, elas são as que menos se preocupam com o uso de preservativo na relação sexual. Em contrapartida, do total de 1.330 homens, em média, que responderam às questões do ECOS, a grande maioria diz usar frequentemente o método preventivo. Talvez por isso o medo que eles têm de contrair uma doença transmitida pela relação sexual seja menor que o da parcela feminina.
As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são aquelas cujo contágio ocorre, principalmente, pelo contato sexual com uma pessoa que esteja infectada, onde não houve o uso do preservativo. Geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são a gonorreia e a sífilis.
Algumas DSTs podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. Por isso, se fizerem sexo sem camisinha, devem realizar consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.
Usar preservativos em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DSTs, em especial do vírus da AIDS, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A AIDS e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez ou no parto. E, no caso da AIDS, também na amamentação.
Outra medida de prevenção é a Profilaxia Pós-Exposição Sexual (PEP), indicada somente para situações excepcionais em que ocorrer falha, rompimento ou não uso da camisinha durante a relação sexual. Consiste no uso de medicamentos até 72 horas após a relação sexual desprotegida, para reduzir o risco de transmissão do HIV.
As implicações da ocorrência de DSTs são enormes para a saúde. Com a vida sexual inciando mais cedo, o uso de preservativos e a realização de consultas médicas periódicas são imprescindíveis para a saúde e a prevenção das DSTs. As Doenças Sexualmente Transmissíveis podem não apresentar sintomas, portanto cuidar-se é a melhor forma de evitá-las. Damos algumas orientações a respeito de como manter-se saudável neste outro artigo.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes