Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 09/09/2015
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens e o sexto tipo mais comum no mundo. Representa cerca de 10% do total de cânceres e sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Os estudos em relação ao surgimento deste tipo de câncer estão em constante desenvolvimento, mas os pesquisadores já conseguiram determinar que alguns fatores são predominantes para o surgimento da doença, entre eles a idade do homem, o estilo de vida que incluem hábitos alimentares e a prática de atividade física regular e fator que influencia na maioria das doenças mais severas, o tabagismo.
A idade é um dos fatores de risco mais importantes no câncer de próstata, de acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), cerca de 6 em cada 10 casos são diagnosticados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos.
O aumento do número de casos no país pode ser parcialmente justificado em função do aumento da expectativa de vida, que vem ocorrendo com o passar dos anos. São mais homens envelhecendo e, consecutivamente, mais casos desse tipo de tumor.
Outro fator que contribui para o aumento dos casos de câncer de próstata é o estilo de vida. Quando os homens mantêm uma dieta rica em carnes vermelhas, embutidos, produtos com alto teor de gordura saturada e pouca ingestão de alimentos frescos, apresentam maior chance de desenvolver sobrepeso; somado a isso, a falta de atividade física regular leva aos quadros de obesidade e inflamação crônica, que prejudicam a saúde de maneira geral. Esse é um comportamento observado nos países em desenvolvimento, onde o poder aquisitivo é maior e a vida em grandes metrópoles incentiva o consumo de comidas industrializadas e menos atividade física.
Já está cientificamente comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
Pessoas que fumam têm 10 vezes mais chance de desenvolver um câncer quando comparadas com as não-fumantes. O tabaco presente nos cigarros apresenta mais de 4.700 substâncias químicas, das quais 43 são carcinogênicas.
Por não apresentar sintomas no início da doença, os homens devem manter uma rotina regular de cuidados com a saúde, como a realização de um check up anual, que inclui os exames de sangue (dentre eles, o PSA) e o toque retal a partir dos 50 anos. Nos casos em que homens da família, como pai ou irmãos, já tiveram câncer de próstata, esse controle deve iniciar aos 40 anos, já que a hereditariedade é um dos fatores de risco para a doença.
Quando descoberto no início as chances de cura são representativas. O dignóstico precoce possibilita que o tratamento seja iniciado rapidamente, executado de forma mais simples e os resultados serem infinitamente melhores para o paciente, portanto, inclua essa rotina de prevenção em sua vida e as consultas regulares com um Urologista.
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Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes