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Por: - Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Publicado em 13/01/2015

Entenda o câncer de próstata e como tratá-lo

Entenda o câncer de próstata e como tratá-lo

A próstata é uma glândula do sistema reprodutivo do homem que produz parte de uma substância essencial para a reprodução humana: o sêmen, um líquido viscoso cheio de nutrientes e que serve de transporte para os espermatozoides até o óvulo.

É uma glândula muito pequena (quase o tamanho de uma castanha), mas que deve ter a atenção dos homens, principalmente aqueles com mais de 40 anos, pois nela pode se desenvolver uma neoplasia, o câncer de próstata. Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA, a estimativa de novos casos da doença detectados em 2014 foi de 68.800, sendo que ¾ deles ocorreram em homens maiores de 65 anos.

O que é o câncer de próstata?

O câncer de próstata é um tumor maligno que surge quando as células da próstata se multiplicam desordenadamente. É o tipo de câncer que mais afeta os homens, depois do câncer de pele, mas que pode ser tratado com sucesso se diagnosticado precocemente.

Existem sintomas?

Quando está em fase inicial, os sintomas não são perceptíveis, assim, a doença é caracterizada como silenciosa. Quando o câncer está avançado, alguns sintomas podem se assemelhar aos do crescimento benigno da glândula (hiperplasia ou HPB), como dificuldade para urinar, apresentando um fluxo urinário fraco ou lento, e necessidade de urinar com frequência, inclusive à noite.

Outros sintomas que podem estar presentes são: sangue na urina (hematúria), impotência sexual leve ou moderada, dores ósseas (principalmente no quadril, coluna, tórax, ou outras áreas em que o câncer possa ter se espalhado para os ossos, em casos de doença avançada), fraqueza ou dormência nas pernas ou pés, ou até mesmo a perda do controle do esfíncter da bexiga ou perda de função dos rins.

Como é o tratamento?

É importante lembrar que o tratamento para esse tipo de câncer pode variar de acordo com cada caso específico. Porém, o tratamento, dependendo da fase em que o tumor se encontra, costuma ser composto por:

Cirurgia (prostatectomia radical) – remoção cirúrgica total da próstata, vesículas seminais e dos gânglios linfáticos pélvicos (ínguas ou linfonodos), com o objetivo de conhecer a extensão da doença, evitando com que o câncer se espalhe para outros órgãos. É a principal e mais eficiente forma de tratamento para o câncer de próstata.

Radioterapia – tratamento que utiliza radiação (raios X, raios gama ou elétrons) para destruir ou inibir o crescimento das células cancerosas que formam um tumor. Em geral, é realizada em conjunto com a terapia hormonal e coloca-se como uma opção à cirurgia em alguns tipos de tumores prostáticos.

Terapia hormonal (hormonioterapia ou ablação hormonal) – tem como objetivo diminuir os níveis dos hormônios masculinos (andrógenos), como a testosterona e a diidrotestosterona (DHT), reduzindo a velocidade de crescimento do tumor prostático. É utilizada tanto em conjunto com a radioterapia, após a identificação da recidiva do câncer, bem como em casos de metástases. Na maioria das vezes, a terapia é aliada com outro método.

Quimioterapia – diferente da hormonioterapia, este tratamento é feito com medicamentos que visam destruir o câncer. É feito em ciclos, para deixar o corpo descansar e se recuperar, pois causa efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e perda de apetite.

Vale ressaltar que o câncer de próstata tem grandes possibilidades de cura quando detectado nos estágios iniciais. Para isso, é essencial que homens com 45 anos ou mais façam anualmente o PSA (exame de sangue), e o exame de toque retal que, apesar de ainda ser temido por muitos homens, é indolor, dura apenas 15 segundos e pode ser fundamental para diagnosticar precocemente a doença.

Fontes: INCA, Oncoguia, Sociedade Brasileira de Urologia – SBU e National Cancer Institute.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675

Dr. Ricardo Kupka é formado em medicina pela UFSC. Especialista em urologia e cirurgia geral no Hospital Governador Celso Ramos. Realizou fellowship em Uro-Oncologia pela USP e Hospital Sírio Libanês, e o doutorado em Urologia na USP. É membro da NeuUro - Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Seus principais interesses são urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes