Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 30/11/2015
O câncer é considerado um grande problema de saúde pública, pois é uma das principais causas de morte no mundo inteiro. A falta de informação ainda é o principal motivo para a alta taxa de mortalidade, apesar das campanhas preventivas disseminarem orientações sobre os exames capazes de diagnosticar as doenças precocemente para o controle do câncer na população geral.
A maior preocupação é com os homens, pois o câncer costuma ser mais letal na população masculina. Eles estão mais suscetíveis à doença devido a uma barreira cultural, baseada na crença de que são seres fortes, resistentes e invulneráveis, o que contribui para o afastamento destes dos serviços de saúde, principalmente dos que realizam a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. O resultado são os altos índices de mortalidade.
Dos cânceres masculinos, um dos mais recorrentes é o de pênis, que tem, inclusive, impacto psicológico sobre os pacientes. A incidência desta neoplasia específica está relacionada a indivíduos com idade superior a 50 anos, embora possa ser encontrada em indivíduos jovens, especialmente quando há má higiene íntima e indivíduos não circuncidados. Especificamente no Brasil, o câncer de pênis representa 2% de todos os casos de câncer na população masculina, sendo um dos mais agressivos. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) esse número é alto, pois representa aproximadamente mil amputações penianas por ano.
A infecção pelo vírus HPV, geralmente associado ao câncer de colo de útero, é um importante fator de risco também para a ocorrência do câncer de pênis. Para descartar a suspeita da doença, o órgão deve ser examinado em toda a sua extensão, já que boa parte dos cânceres de pênis se desenvolve na glande e no prepúcio, sobretudo em pacientes não circuncidados.
E o meio mais eficaz para a promoção da saúde em detrimento dos fatores de risco relacionados ao câncer, sobretudo nos órgãos reprodutivos e genitais, é o rastreamento por intermédio dos exames preventivos, por serem potencialmente capazes de reduzir a mortalidade, já que se baseiam na premissa de que o diagnóstico precoce do câncer resultará na descoberta da doença antes da ocorrência de metástases fatais. O exame físico deve ser feito pelo médico urologista.
Confirmada a doença, o médico tem duas opções, dependendo da dimensão da lesão. Quando é pequena, pode ser removida com facilidade. Mas as lesões avançadas podem ter de ser tratadas com a penectomia (amputação do pênis) parcial ou até mesmo total, acompanhada de radioterapia e/ou quimioterapia em alguns casos.
O surgimento da neoplasia está relacionado a diversos fatores, que podem ser inerentes ao indivíduo, como a hereditariedade, ou que podem ser adquiridos ao longo da existência pelo estilo de vida. Existem muitos agentes externos e/ou ambientais que são considerados carcinogênicos.
Atualmente, as doenças oncológicas são consideradas problema de saúde pública em função da elevada incidência, prevalência, mortalidade, gastos hospitalares e, acima de tudo, as consequências sobre a qualidade de vida da população doente. A magnitude global dessa doença mais que dobrou em 30 anos, principalmente nos países em desenvolvimento. Para entender os principais motivos deste avanço e informar-se sobre modos de prevenção sugerimos o E-book sobre câncer urológico.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes