Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 10/01/2017
Homens de qualquer idade, da adolescência à maturidade, tem um temor: a impotência sexual ou disfunção erétil. De fato, 45,1% dos homens tem de lidar com ela, segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB). As causas da dificuldade em ter ou manter uma ereção podem ser físicas ou emocionais. A depressão pode causar impotência, mas há outros fatores que também influenciam a ereção aos quais é preciso estar atento.
As condições orgânicas associadas ao risco do homem desenvolver uma disfunção erétil são as mesmas associadas às doenças do coração: hipertensão, diabetes, obesidade, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo. É preciso tratá-las, ou melhor, preveni-las para evitar que se transformem em algo mais grave.
O psicológico também exerce influência sobre a função sexual, é por isso que a depressão pode causar impotência. O desânimo, comum desses quadros, faz com que o homem não sinta vontade nem de relacionar-se sexualmente. Além disso, o efeito colateral de alguns antidepressivos é a diminuição da libido. O que mais pode desencadear disfunção erétil é:
O câncer no pênis é comum quando há falta de higiene no local ou o homem tem fimose e não a trata. A doença causa impotência em casos extremos, quando não é tratada. Já no caso do câncer de próstata, é a cirurgia para retirada do tumor que pode lesionar os nervos que controlam a ereção, reduzindo ou impedindo por completo a ereção no futuro. Esse é mais um motivo para o homem se cuidar e realizar os exames periódicos indicados para a detecção precoce da doença, e também ir ao médico assim que perceber alguma alteração fisiológica no órgão.
A disfunção erétil pode ter fundo psicológico. Momentos de estresse muito forte, pode desencadear sintomas de disfunção erétil, mesmo que o homem tenha uma boa vida afetiva. A ansiedade e insegurança sentidas pelos mais jovens nas primeiras relações sexuais também dificultam a ereção. O cansaço e o estresse físico também contribuem com o surgimento da impotência. Nesses casos, os tratamentos recomendados são a psicoterapia ou terapia sexual.
Homens com um estilo de vida pouco saudável, no qual não está inclusa a prática regular de alguma atividade física, têm chances maiores de desenvolver disfunção erétil em algum momento da vida. Os exercícios ajudam a proteger o organismo dos fatores de risco que podem levar à impotência como o sobrepeso, a hipertensão e as altas taxas de glicose.
Dois anos é o tempo médio que um homem leva para procurar ajuda depois de perceber problemas na ereção. Procurar o médico logo no início, no entanto, é o mais correto. Assim como qualquer doença, a disfunção erétil é mais fácil de tratar quando está ainda no início.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes