Por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
Publicado em 26/09/2017
Homens que sentem dor na região da pelve por um longo período de tempo precisam acender o sinal de alerta. Esse quadro é muito característico da Síndrome da Dor Pélvica Crônica (SDPC), uma condição que pode afetar consideravelmente a qualidade de vida de um indivíduo.
Parte do problema está relacionado ao sistema nervoso que, em resposta a um estado constante de exaltação, exerce uma compressão nos músculos pélvicos. Sentimentos de preocupação, ansiedade e nervosismo podem se somar a isso e também contribuir para a disfunção muscular da pelve. Portanto, para que o tratamento obtenha sucesso, esses dois fatores precisam ser considerados e simultaneamente tratados. Cabe aqui ressaltar que este diagnóstico, geralmente, é um diagnóstico de exclusão, ou seja, descartamos previamente causas orgânicas que possam justificar quaisquer sintomas semelhantes ou que possam representar algo mais grave ou urgente.
Não há outra forma de diagnosticar a dor pélvica, a não ser pelos sintomas desencadeados por ela:
Em alguns casos, a condição provoca, ainda, dores nos músculos e nas articulações, além da sensação de cansaço extremo. Já foram registrados, também, quadros de cistite intersticial (caracterizada por uma irritação ou inflamação da parede da bexiga) e/ou síndrome da dor vesical (cuja sensação de desconforto está relacionada a problemas para urinar).
A investigação para confirmação do diagnóstico tem de ser feita de forma criteriosa pelo urologista, já que alguns sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças. Os exames feitos para colaborar com a identificação da SDPC são os de urina e, dependendo do caso, de urodinâmica e cistoscopia. Há situações em que o estudos das imagens do trato urinário inferior / pélvico também contribuem para o reconhecimento da Síndrome.
Os homens com Síndrome de Dor Pélvica Crônica, geralmente, são jovens ou de meia-idade, porém, a condição pode se estabelecer em qualquer fase da vida. Os cuidados relacionados a ela precisam ser multidisciplinares. Em alguns casos selecionados, pode ser importante a orientação de um fisioterapeuta para diminuir a tensão muscular nos momentos de repouso e se restabelecer da dor.
O uso de medicamentos capazes de aliviar os sintomas também fazem parte do tratamento. O recurso pode contribuir para aplacar a dor que, em dias frios, pode ser sentida com maior intensidade. Dispor de um tempo para descansar é outra atitude que resulta em um retorno positivo para reduzir a incômoda sensação de dor.
Material escrito por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
- Urologista - CRM 9576 RQE 6654
Dr. Jovânio é formado em medicina pela UFPel, é especialista em reprodução humana pela Unifesp. É membro da Sociedade Brasileira de Urologia e Membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual. Entre 2013 e 2018 foi Conselheiro Suplente do CRM-SC. Seus principais interesses são a andrologia, medicina sexual e reprodução humana.