Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 06/06/2017 - Atualizado 07/02/2019
O corpo humano é extremamente adaptável às mais diversas situações, portanto, é possível viver com apenas um rim quando o outro sofre falência ou é doado. Um rim, sozinho, consegue desempenhar a função de dois. Isso, porém, não significa que alguns cuidados com a saúde não sejam necessários.
Os rins são órgãos importantes no controle da pressão arterial, na produção de células vermelhas e, principalmente, na eliminação de toxinas do organismo. São eles que filtram os líquidos do corpo e separam as substâncias nocivas ao organismo das demais, para que sejam expelidas pela urina, por exemplo.
Pessoas que precisam viver com apenas um rim são aquelas que:
Nos casos em que alguma dessas situações ocorre ainda na infância, o rim saudável ou o que não é removido desenvolve-se de forma mais rápida. Além disso, torna-se maior do que um rim considerado normal para compensar a falta do outro órgão. Dessa forma, o único rim consegue desempenhar as funções que caberiam aos dois. Este é o conhecido “rim vicariante”.
Um processo semelhante acontece com pessoas que passam a viver somente com um rim depois de submeter-se a um transplante. O órgão aumenta de tamanho para tornar-se capaz de atender a todas as demandas do organismo.
Assumir o trabalho dobrado não é um grande problema para somente um dos órgãos. É possível viver com apenas um rim e levar uma vida normal e saudável, desde que a pessoa realize, ao menos, uma consulta anual com o médico que a trata. Também é necessário verificar a pressão arterial periodicamente.
Ter somente um rim não impede alguém de praticar esportes, nem exige um cuidado maior com a alimentação. Apenas requer atenção para não causar nenhuma lesão ao órgão durante a realização dos exercícios. Por ser maior e mais pesado, o rim único está mais propenso a sofrer traumas.
As refeições podem ser feitas como de costume, porém, é preciso cuidar com a quantidade de sal usada no preparo dos alimentos. O recomendado é que sejam ingeridos de seis a oito copos de água por dia para auxiliar no funcionamento do órgão.
Algumas restrições alimentares e na rotina se aplicam, apenas, aos casos em que tenha sido necessário realizar um transplante em razão de uma doença ou de falência renal. O mais adequado, nessa ou em qualquer situação, é seguir as orientações médicas para ter qualidade de vida e segurança.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes