Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 23/11/2015
O câncer de próstata se tornou uma das formas de câncer mais comum na população masculina, sendo que a incidência da doença tende a crescer nas próximas décadas com o aumento da expectativa de vida.
O risco de desenvolvimento da doença na população masculina durante a vida é de 17,6% para homens brancos e de 20,6% para homens negros. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), um em cada seis homens com idade acima de 45 anos pode ter câncer de próstata sem que conheça o diagnóstico.
Esta alta frequência faz da neoplasia um problema de saúde pública que tem desafiado a ciência a buscar soluções para diminuir sua incidência e dar aos homens melhores condições de saúde. Alguns avanços já podem ser notados na busca do aperfeiçoamento de métodos de detecção precoce e de marcadores prognósticos, com a consequente melhora no planejamento terapêutico.
A partir da década de 1990 houve uma espécie de “explosão” no diagnóstico do câncer de próstata, motivado pelo aumento da conscientização pública sobre a doença e a melhora das técnicas de detecção da mesma.
O diagnóstico, tratamento e morbimortalidade do câncer de próstata tiveram sua história modificada após a introdução da dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico) na prática clínica. O rastreamento pelo exame de sangue permitiu detectar a existência de tumores na região cerca de 10 anos antes em sua história natural, quando comparado aos detectados pelo exame de toque retal apenas. Isso aumentou as chances de cura, já que o câncer de próstata costuma ser assintomático até fases avançadas.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a SBU, bem como o American Cancer Society (ACS) e a American Urological Association (AUA) recomendam para o rastreamento da doença a triagem baseada no PSA e o toque retal. Os dois exames, associados a regimes de biópsias e técnicas de diagnóstico inovadoras, resultaram na detecção de câncer de próstata em estágios mais precoces e com prognósticos mais favoráveis. Quando descoberto logo no início, a doença é curável por meio de procedimentos cirúrgicos, radioterapia e outros métodos inovadores.
A próstata é uma glândula anexa do aparelho genital masculino que está situada abaixo da bexiga e envolve parte inicial da uretra. Tem por finalidade armazenar e secretar um fluído alcalino que, em conjunto com os espermatozoides, constitui a maior parte do sêmen. Essa glândula está sujeita a uma série de patologias, mas é, sobretudo, conhecida pelos tumores de que é sede, ou seja, o câncer de próstata.
As opções de tratamento disponíveis para homens com a doença variam desde abordagens conservadoras (vigilância ativa com intervenção seletiva) até o tratamento definitivo precoce (prostatectomia radical ou radioterapia). A opinião convencional é que o câncer de próstata localizado pode ser tratado com sucesso com radiação ou cirurgia, enquanto que o câncer metastático é incurável.
O aspecto comportamental influi significantemente na saúde humana, sendo que a expressão estilo de vida vem sendo cada vez mais utilizada, e o estilo do homem, sob várias óticas, se diferencia do da mulher. Eles precisam ter mais consciência sobre a importância dos cuidados com a própria saúde pois, sem isso, não há avanço da Medicina capaz de manter a melhor qualidade de vida possível. Nesse caso, a informação é a melhor aliada. Há muita disponível sobre o tema, inclusive no E-book Câncer de Próstata, disponível para download gratuito no site.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes