Artigos

Artigos

Por: - Urologista - CRM 5471 RQE 1892
Publicado em 16/02/2017

Existe um urologista feminino?

Existe um urologista feminino?

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia apontam que 10 milhões de brasileiros de todas as idades têm incontinência urinária e que a condição é duas vezes mais comum em mulheres. Muitas delas vão ao urologista quando percebem alguma disfunção na micção. Poucas sabem que há um médico especialista em uroginecologia, um urologista para a mulher, que tem como objetivo principal a avaliação de mulheres com queixas urológicas.

A incontinência urinária é o principal foco da uroginecologia devido à sua frequência na população em geral. A incidência maior ocorre em mulheres que tiveram várias gestações e em idosas. Grande parte delas se adapta às perdas constantes de urina como se fosse algo normal após o parto ou natural do envelhecimento, vivenciando esse problema sem comentar nada com ninguém. Adaptam-se a essas perdas, que impactam negativamente na qualidade de vida, muita vezes até evitando o convívio social ou em família. Muitas vezes a alternativa que encontram para contornar a situação é usar absorventes íntimos, forros ou fraldas.

O ideal é as mulheres consultarem com o uroginecologista

Ao invés de utilizarem subterfúgios para amenizar os sintomas da incontinência urinária (IU), o ideal é essas mulheres buscarem a orientação médica especializada de um uroginecologista para diagnosticar as causas da perda urinária e realizar o tratamento adequado.

A investigação das causas do problema inicia com o estudo da função dos órgãos envolvidos na continência urinária – bexiga, uretra e o esfíncter urinário – através de uma criteriosa avaliação dos fatores causadores (anamnese) e do exame físico apropriado.

Nos casos mais complexos, quando ocorre a associação de outras doenças sistêmicas (Diabetes e Doença de Parkinson por ex.), tratamento prévio falho, incontinência urinária de difícil diagnóstico ou quando já houver indicação de cirurgia deve ser realizado o Estudo Urodinâmico. Este exame de domínio do Urologista pode revelar a causa e o tipo de incontinência urinária, além de identificar a existência de outras doenças que podem estar associadas.

O tratamento da IU depende da causa, do tipo de incontinência, da intensidade, assim como do estado geral de saúde de cada paciente. Pode ser inicialmente clínico (medicamentoso ou fisioterápico) ou cirúrgico. O médico define a melhor abordagem terapêutica de acordo com esses fatores relacionados e cada caso é avaliado criteriosamente antes do tratamento ser definido.

Características da incontinência urinária

Existem três tipos de incontinência:

Incontinência urinária de esforço: quando há perda de urina ao tossir, rir, fazer exercício, etc.

Incontinência urinária de urgência (urgeincontinência): ocorre quando há súbita e inadiável vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo ao banheiro.

Incontinência urinária mista: ocorre a associação dos dois tipos anteriores.

Existem várias causas, dentre as principais, alterações genéticas, hormonais, relacionadas ao envelhecimento, partos múltiplos (principalmente complicados), tabagismo, bexiga hiperativa, diabetes, obesidade, lesões medulares ou doenças do sistema nervoso (AVC, Alzheimer, Parkinson).

É possível prevenir ou mesmo tratar a incontinência urinária com Fisioterapia Uroginecológica, através de exercícios específicos ou eletroestimulação para reforçar ou reabilitar a musculatura que está relacionada com o controle da micção. Após a devida avaliação Médica a paciente pode ser encaminhada para o Fisioterapeuta Uroginecológico, profissional capacitado para esse tipo de tratamento.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 5471 RQE 1892

Formado em medicina e mestre em ciências médicas pela UFSC, o Dr. Edibert Melchert é especializado em endourologia e videolaparoscopia. Foi coordenador do Departamento de Endourologia da Sociedade Brasileira de Urologia e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC.   Ver Lattes