Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 25/12/2022
A hiperplasia benigna da próstata, popularmente conhecida pela abreviação HPB se caracteriza pelo crescimento benigno da glândula prostática masculina. É um dos sinais mais comuns do envelhecimento natural masculino, e quando a hiperplasia atinge um tamanho significativo, pode causar o mal funcionamento do sistema urinário.
Cerca de 50% da população masculina apresenta algum grau de hiperplasia benigna da próstata (HPB) após os 50 anos, sendo que uma parte desta população irá necessitar de tratamento durante a vida.
O desenvolvimento da hiperplasia prostática está relacionado à testosterona, hormônio masculino produzido pelos testículos, e às proteínas sintetizadas no interior da próstata (fatores de crescimento).
Existem, ainda, alguns fatores de risco que elevam a possibilidade de um homem desenvolver hiperplasia benigna da próstata, como:
Dentre todos eles, o principal fator associado a necessidade de tratamento é a história familiar. Ou seja, caso o pai tenha realizado qualquer cirurgia na glândula, a chance de o filho manifestar sintomas de HPB torna-se três vezes maior em comparação aos homens que não possuem casos semelhantes na família.
É importante destacar que em sua fase inicial, assim como o câncer de próstata, a hiperplasia prostática benigna não apresenta sintomas. Contudo, à medida que a próstata vai aumentando, a uretra começa a ser comprimida, o que causa as reclamações.
Os sintomas da HPB podem afetar negativamente a qualidade de vida dos pacientes, sendo capaz de interferir em diferentes aspectos, desde as atividades diárias até o padrão de sono.
No geral, os sintomas mais comuns da hiperplasia benigna da próstata são:
A presença de sangue na urina (hematúria), a infecção urinária de repetição, a formação de cálculos na bexiga, retenção urinária e a insuficiência renal são algumas das condições mais graves que podem ser desencadeadas pela hiperplasia benigna da próstata, geralmente, em casos mais avançados.
A principal forma de diagnóstico, de acordo com o Portal da Urologia, é por meio de uma consulta com um urologista. É fundamental fazer uma investigação do problema, principalmente se o homem possuir histórico familiar de doenças na próstata e estiver acima dos 40 anos.
Na maioria dos casos, pode ser necessário realizar o exame de toque retal, além de alguns exames clínicos complementares, entre eles: o PSA (Antígeno Prostático Específico), urina, ultrassonografia das vias urinárias e uma urofluxometria, que avalia a força do jato de urina, além do tempo que leva para a bexiga esvaziar.
Ou seja, para que o diagnóstico seja preciso, além de estudos objetivos e complementares, são necessárias informações sobre a história clínica. Só depois da confirmação do problema o especialista pode dar início ao tratamento.
O tipo de tratamento dependerá muito da gravidade do problema, assim como dos sintomas. Contudo, o tratamento inicial da hiperplasia benigna da próstata consiste na observação.
Periodicamente, o homem com HPB deve retornar ao consultório do urologista para repetir os exames e verificar se houve alguma mudança no quadro desde a última visita.
É importante lembrar que a hiperplasia às vezes pode não apresentar sintomas e, nesse aspecto, ela não irá causar consequências aos pacientes, portanto, não é necessário se preocupar.
No entanto, em casos onde os sintomas importunam, o médico pode prescrever medicamentos para amenizá-los, além de deter o crescimento da glândula. Existe também o tratamento cirúrgico, conhecido como ressecção transuretral da glândula próstatica ou enucleação da próstata.
Essa cirurgia é voltada para a remoção do adenoma da próstata, que é a parte aumentada da glândula, mas só deve ser indicada quando o tratamento clínico não surte efeito ou os sintomas são muito graves.
Esperamos ter esclarecido tudo sobre a hiperplasia benigna da próstata! Gostou do artigo e quer acompanhar mais conteúdos como esse? Convidamos você a acessar o nosso blog e ficar por dentro das nossas publicações! Siga também a nossa página do Instagram e receba atualizações em primeira mão.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes