Por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
Publicado em 21/03/2025
Infecção urinária e automedicação são uma combinação muito perigosa. Isso porque se o problema não for tratado adequadamente pode evoluir e provocar complicações graves. Sendo assim para evitar que a condição comprometa o funcionamento dos rins e a saúde do organismo como um todo, deve-se buscar ajuda especializada.
Neste artigo falamos mais sobre as infecções do trato urinário (ITU), detalhando os perigos do autodiagnóstico e do autotratamento. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
A infecção do trato urinário é uma das doenças mais comuns. Apesar de atingir ambos os sexos, ela afeta com maior freqência as mulheres, devido principalmente a questões anatômicas (proximidade do ânus com a vagina).
Na imensa maioria das vezes a infecção é provocada por bactérias. Em alguns casos, entretanto, pode ser desencadeada por fungos ou outros microrganismos.
Uma vez no trato urinário esses microorganismos começam a “subir”. Quando presentes na uretra o problema é denominado uretrite; quando acomete a bexiga é conhecido como cistite; quando atinge os rins é chamado de pielonefrite. Dessa forma se não for adequadamente tratada, a infecção pode se espalhar por todo o organismo.
Se infecção urinária e automedicação é um problema, infecção urinária e autodiagnóstico também é da mesma forma. De fato, muitas mulheres subentendem que estão com a doença ao apresentar sintomas como:
Saiba mais em: Incômodos no sistema urinário são assunto para o médico urologista
No entanto, apenas o médico, após a avaliação clínica e, se necessário, a realização de exames complementares, pode indicar a medicação adequada. A ITU deve ser tratada com antibiótico oral ou endovenoso, dependendo da gravidade do quadro.
Vale destacar que apesar da melhora dos sintomas ser rápida, ocorrendo em aproximadamente dois dias, o medicamento precisa ser mantido pelo tempo prescrito. Do contrário a infecção não é curada e tende a voltar ou mesmo piorar.
Além disso, pode ser preciso identificar e corrigir condições subjacentes (fatores de risco), que possam estar contribuindo para as ITU. É o caso, por exemplo, da falta de ingestão adequada de líquidos, de falhas nas defesas naturais da bexiga, entre outros fatores.
A essa altura acreditamos que já seja possível entender porque infecção urinária e automedicação não combinam. Como explicado, a escolha da medicação depende de dados clínicos e laboratoriais, tais como:
Quando a ITU não é tratada adequadamente, buscando apenas o alívio de seus sintomas, por meio da automedicação, ela tende a se tornar mais forte e recorrente. É aí que surgem as temidas infecções urinárias de repetição (dois ou mais episódios em seis meses ou três ou mais por ano), cada vez mais frequentes e graves.
Na prática a automedicação mascara os sintomas e ajuda a agravar a doença. Ao mesmo tempo, de favorecer o desenvolvimento de resistência bacteriana, tornando os futuros tratamentos mais difíceis.
Ainda não se convenceu? Então saiba que se não for adequadamente tratada, a cistite pode evoluir para pielonefrite, que pode levar à infecção generalizada (sepse) e, por fim, ao óbito.
A boa notícia é que mesmo no caso de ITU recorrentes, se o tratamento recomendado pelo especialista for seguido corretamente há grandes chances de controle. Isso exige como já explicamos o uso dos medicamentos pelo tempo recomendado (que pode prolongado), mesmo que os sintomas já tenham desaparecido.
Leia também: 9 dicas em prol da saúde urológica
Para concluir, esperamos ter esclarecido porque infecção urinária e automedicação não são uma boa ideia! Nossa orientação é: nunca tome medicamentos por conta própria e em caso de sinais ou sintomas de ITU procure um urologista!
Em caso de dúvida, entre em contato e converse conosco. A equipe da Uromed – Clínica do Aparelho Gênito-Urinário, localizada em Florianópolis, SC, está à sua disposição!
Material escrito por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
- Urologista - CRM 9576 RQE 6654
Dr. Jovânio é formado em medicina pela UFPel, é especialista em reprodução humana pela Unifesp. É membro da Sociedade Brasileira de Urologia e Membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual. Entre 2013 e 2018 foi Conselheiro Suplente do CRM-SC. Seus principais interesses são a andrologia, medicina sexual e reprodução humana.