Por: Dra. Eliete Magda Colombeli - Cirurgiã Pediátrica - CRM 9020 RQE 6364
Publicado em 02/08/2019 - Atualizado 10/12/2019
A hipospádia consiste em uma malformação genética que ocorre nos meninos, tendo como principal característica a abertura anormal da uretra, em um local abaixo do pênis, ou em outros locais, como no escroto ou no períneo, ao invés do local natural: na ponta (extremidade da glande). A anomalia ocorre durante o desenvolvimento fetal masculino, estando associada a curvatura peniana.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estima-se a hipospádia atinja cerca de 1 a cada 250 meninos e é muito comum entre os recém-nascidos. Os estudos ainda apontam que o aumento dos casos da anomalia pode estar associada aos tratamentos para engravidar. No entanto, as reais causas da hipospádia ainda são desconhecidas.
Apesar disso, a hipospádia tem cura e o tratamento deve ser feito nos 2 primeiros anos de vida da criança, por meio de intervenção cirúrgica. Dessa forma, é possível corrigir o local de abertura da uretra, promovendo o desenvolvimento normal do órgão.
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A hipospádia está classificada em 4 tipos principais. São eles:
Algumas anomalias estão associadas à hipospádia, as mais comuns são o testículo criptorquídico e a hérnia inguinal, sendo possível constatá-las em 9% dos casos. No caso de hipospádias proximais, a incidência das anomalias é elevada para 30%.
Os sintomas da hipospádia podem variar conforme o tipo de defeito apresentado, no entanto, é muito comum identificar:
Em geral, a anomalia já é identificada logo após o nascimento, durante a avaliação física do recém-nascido.
O tratamento da hipospádia é feito somente por meio da correção cirúrgica do defeito anatômico. O ideal é que a intervenção seja realizada entre os 6 meses a 2 anos de idade da criança. Também é recomendável evitar a circuncisão antes da cirurgia da hipospádia, pois pode ser necessário o uso da pele do prepúcio para a reconstrução peniana.
No procedimento cirúrgico, a abertura errada da uretra é fechada e, posteriormente, abre-se uma nova saída na ponta do pênis. É possível também melhorar a estética do órgão genital, permitindo que todas as funções sexuais operem normalmente.
Durante a avaliação pré-operatória, o urologista pode verificar um pênis de tamanho reduzido, bem como a presença de glande hipertrófica, recomendando terapia hormonal prévia. Assim, são feitos tratamentos com estímulo androgênico ou suplementação de testosterona.
Independentemente da anomalia, a hipospádia é facilmente tratada. No entanto, é importante levar à criança ao médico urologista especializado o quanto antes, para que a cirurgia de correção seja feita no período adequado.
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Material escrito por: Dra. Eliete Magda Colombeli
- Cirurgiã Pediátrica - CRM 9020 RQE 6364
A Dra. Eliete Colombeli é formada em medicina pela UFSC, onde também é professora. A médica é supervisora do programa de residência médica em cirurgia pediátrica Hospital Infantil Joana de Gusmão. Seus principais interesses são a urologia pediátrica e a cirurgia pediátrica. Ver Lattes