Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 07/10/2025 - Atualizado 28/09/2025
O tratamento para fimose sempre levanta dúvidas entre os pais. Isso porque, muitos não sabem se é necessário realizar a cirurgia para remover o excesso de pele ou se a condição passa com os anos. Nessa hora, nada melhor do que conversar a respeito com um especialista em urologia pediátrica.
Neste artigo, revisado pela equipe da Uromed – Clínica do Aparelho Gênito-Urinário, mostramos os principais aspectos relacionados ao tratamento para fimose na infância e quando ele é recomendado. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
Nos primeiros meses de vida, é comum que o pênis tenha o prepúcio (uma pele que serve de proteção para a glande) mais interligado. Mas, existem casos em que essa aderência persiste ao longo dos anos — o que é chamado fimose.
Essa condição, portanto, é caracterizada pela impossibilidade de retrair a pele que recobre o pênis. Isso pode trazer sérias consequências para os meninos, como prejudicar a atividade sexual no futuro e levar a problemas de higiene.
Apesar disso, até os 5 anos, 90% dos casos têm a situação normalizada e não sofrem nenhuma complicação. Aos 17 anos, estima-se que apenas 1% dos jovens permanece com a aderência (sem conseguir expor a glande).
Como mostrado, a aderência entre o prepúcio e a glande durante a infância não é, necessariamente, considerada fimose. A condição só ocorre quando a aderência persiste com o avanço dos anos.
Nesses casos, o problema pode surgir devido a diversos fatores. No entanto, a principal causa está relacionada aos processos inflamatórios repetitivos, por conta da má higienização.
Além disso, a fimose também pode ser consequência de traumas causados pelas manobras que forçam a abertura do prepúcio. O mesmo vale para cicatrizes e assaduras que retraem a pele, deixando o anel do prepúcio ainda mais estreito.
O primeiro passo é prevenir sua ocorrência, com a ajuda do pediatra ou de um urologista com experiência em atender crianças. As visitas médicas periódicas, desde o nascimento do bebê, permitem ao especialista observar seu desenvolvimento e identificar se há alguma anormalidade.
Além disso, o próprio acompanhamento regular reduz as chances de o menino desenvolver a condição. Afinal, o profissional orienta os pais a fazer a correta higienização do pênis e, assim, a evitar lesões, inflamações e/ou infecções.
Mas se, mesmo assim, a condição for detectada, inicia-se o tratamento para fimose. A primeira abordagem é o uso de cremes ou pomadas que reduzem o excesso de tecido (afinando a pele), favorecendo a exposição do local. O ideal é que esse método seja feito antes dos cinco anos.
Nos casos em que não é possível resolver dessa maneira, recomenda-se o tratamento cirúrgico. O procedimento pode ser feito em qualquer idade, mas, de preferência, deve ser realizado antes de prejudicar a vida sexual ou causar outros incômodos.
A técnica utilizada dependerá diretamente da quantidade de pele e do paciente. Há casos em que toda a parte do prepúcio é retirada. No entanto, também há a opção de fazer vários pequenos cortes, permitindo a exposição da glande.
O tratamento para fimose com técnica cirúrgica é essencial para os casos que não se resolvem sozinhos ou após o tratamento tópico. Ela é importante porque a não exposição da glande pode causar problemas, como:
Veja também: Infecção urinária em homens: por que ela merece atenção?
Quando a saúde está em risco, a regra é clara: evite tratamentos por conta própria!
Sabemos que muitos pais ficam preocupados com a situação e resolvem tentar fazer o tratamento para fimose em casa, com exercícios e massagens forçadas.
Entretanto, tal ação, por mais que tenha boas intenções, pode impedir a resolução natural e resultar em outros agravantes. É o caso de machucar a criança, causar inflamações e formar um tecido com fibrose, o que torna obrigatório à operação.
Sem falar que, além dos traumas físicos, também podem ser desenvolvidos desconfortos emocionais. Se a criança sentir dor e medo quando alguém mexe em seus genitais, pode haver uma interferência negativa na higiene íntima, na possível realização de uma cirurgia e no pós-operatório. Além disso, pode interferir, até mesmo, no seu amadurecimento sexual.
Como explicado, o que previne que a aderência da pele se torne uma fimose (que exige tratamento) é o acompanhamento regular com o pediatra ou urologista pediátrico. Isso, aliás, deve ser feito desde os primeiros dias de vida.
Saiba mais em: O papel dos pais em incentivar o cuidado preventivo
No mais, também é necessário:
Se você é pai, mãe ou responsável por um menino e acha que ele precisa de tratamento para fimose, procure um urologista pediátrico. Apenas com esse acompanhamento é possível prevenir e, caso necessário, iniciar os cuidados necessários de forma precoce.
Se você mora em Florianópolis, SC, ou região, conte com a equipe da Uromed. Somos uma instituição especializada no aparelho urinário e saúde sexual masculino, com médicos altamente capacitados para lidar com essa e outras condições. Entre em contato e agende uma consulta!
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes