Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 02/11/2015 - Atualizado 11/10/2022
O tratamento para fimose sempre levanta muitas dúvidas entre os pais, que não sabem se é necessário realizar a cirurgia para a remoção do excesso de pele ou se a condição passa com o decorrer dos anos.
Nos primeiros meses de vida dos meninos é comum que o pênis tenha o prepúcio, uma pele de proteção para a glande, mais ligada a essa estrutura. Mas existem casos em que essa aderência persiste, o que é chamado fimose.
Essa condição, então, é caracterizada pela impossibilidade de retrair a pele do pênis, o que pode trazer sérias consequências para os pacientes, como prejudicar a atividade sexual no futuro e levar a problemas de higiene.
Apesar disso, até os 5 anos, 90% dos meninos têm a situação normalizada e não sofrem nenhuma complicação. Aos 17 anos, apenas 1% dos jovens permanece com a aderência sem conseguir expor a glande.
Continue lendo para saber mais sobre o tratamento da fimose na infância e saber quando ele é recomendado.
Como falado, a aderência entre o prepúcio e a glande durante a infância não é considerada fimose. Essa condição só ocorre quando a aderência persiste. Isso pode acontecer por algumas causas, mas a principal se dá nos processos inflamatórios repetitivos devido à má higienização.
Também pode ser consequência de traumas causados pelas manobras que forçam a abertura do prepúcio, assim como por cicatrizes e assaduras que retraem a pele, o que deixa o anel do prepúcio mais estreito.
Outras condições que podem causar o estreitamento do prepúcio são infecções, que também são consequência da limpeza inadequada do local.
O tratamento para fimose deve ser feito por um pediatra ou um urologista com experiência em atender crianças. Esse acompanhamento deve ocorrer desde o nascimento do bebê, para que o especialista possa observar o desenvolvimento e identificar se há alguma anormalidade.
Esse processo médico também reduz as chances do menino desenvolver a condição, uma vez que o profissional poderá orientar melhor os pais a fazer a higienização e a evitar lesões, inflamações e infecções no pênis.
Se, mesmo assim, a doença for detectada, inicia-se o tratamento para fimose. A primeira abordagem é o uso de cremes ou pomadas que reduzem o excesso de tecido, afinando a pele, o que favorece a exposição do local. O ideal é que esse método seja feito antes dos cinco anos.
Nos casos em que não é possível resolver dessa maneira, recomenda-se o tratamento cirúrgico. A técnica utilizada dependerá diretamente da quantidade de pele e do paciente. Há casos em que toda a parte do prepúcio é retirada. Mas também há a opção de fazer vários pequenos cortes, permitindo a exposição da glande.
O procedimento cirúrgico pode ser feito em qualquer idade, mas, de preferência, deve ser realizado antes de prejudicar a vida sexual ou causar outros incômodos.
O tratamento para fimose com técnica cirúrgica é de extrema importância para os casos que não se resolvem sozinhos ou após o tratamento tópico. Isso ocorre porque a não exposição da glande pode causar problemas, como:
Muitos pais ficam preocupados com a situação e resolvem fazer o tratamento para fimose em casa mesmo, com exercícios e massagens forçadas. Essa ação, por mais que tenha boas intenções, pode impedir a resolução natural e resultar em outros agravantes, como machucar a criança, causar inflamações e formar um tecido com fibrose, o que torna obrigatório a operação.
Além dos traumas físicos, também podem ser desenvolvidos desconfortos emocionais. Se a criança sentir dor e medo quando alguém mexe em seus genitais pode haver uma interferência na higiene íntima, na possível realização de uma cirurgia e no pós-operatório, podendo interferir ainda no amadurecimento sexual.
O que previne que a aderência da pele torne-se uma fimose que exige tratamento é a observação e acompanhamento regular com o pediatra ou urologista pediátrico nos primeiros anos de vida. Também se deve:
Se você é pai, mãe ou responsável por um menino e acha que ele precisa de tratamento para fimose, procure um urologista pediátrico. Apenas com esse acompanhamento é possível prevenir e, caso necessário, iniciar o tratamento de forma precoce.
Se você mora em Florianópolis ou região, conte com os especialistas da Uromed. Somos uma clínica especializada no aparelho urinário e saúde sexual masculina, contamos com médicos altamente capacitados para lidar com essa condição. Entre em contato para agendar uma consulta e saber mais.
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes