Artigos

Artigos

Por:
Publicado em 15/12/2015

Relação da reposição hormonal masculina com o câncer de próstata ainda é controversa

Relação da reposição hormonal masculina com o câncer de próstata ainda é controversa

Não são só as mulheres que apresentam sintomas como ondas de calor, suor intenso, sensação repentina de frio, náuseas, palpitações, irritabilidade e mudanças de humor quando a ação natural do tempo atua diminuindo os níveis hormonais do organismo. Isso também pode acontecer com os homens e para que os efeitos sejam amenizados, eles também podem precisar de reposição hormonal.

Os primeiros sinais do corpo que indicam essa necessidade podem ser a perda dos pelos do corpo, a diminuição da massa muscular, a insônia e a ansiedade. Outros incômodos são a baixa libido e a dificuldade de ereção. Para confirmar a real necessidade da reposição hormonal da testosterona o médico em geral solicita alguns exames de sangue. Depois, avalia com o paciente como conduzir o tratamento.

Qual a relação da testosterona com o câncer

A cautela é necessária porque, em linhas gerais, a Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) pode apresentar alguns riscos. Entre eles, o de crescimento da próstata. Por este motivo, geralmente é contraindicada para homens diagnosticados com câncer de próstata e para os que convivem com a suspeita consistente da doença, como por exemplo um forte histórico familiar.

Pelo risco de progressão clínica ou bioquímica do tumor localizado na próstata, os médicos preferem indicar para os pacientes com neoplasia prostática uma reposição hormonal principalmente com fitoterápicos a base de extratos vegetais que desempenham a função dos hormônios. Mas não são todos. Há os que seguem indicando a suplementação com testosterona para reverter os sintomas que surgem mediante a deficiência do hormônio, melhorar a função sexual, aumentar a densidade óssea e a massa “magra”, estimular a produção de glóbulos vermelhos e melhorar a disposição física.

O que diz a ciência

A ciência ainda não chegou a uma conclusão definitiva sobre a real influência da reposição de testosterona sobre o desenvolvimento ou desdobramento do câncer de próstata. Alguns estudos apontam que não há maior incidência da doença nos pacientes tratados com o hormônio em comparação com os que não tiveram de realizar o tratamento.

O fato é que o aumento da expectativa de vida da população e da sobrevida dos pacientes que realizaram tratamento para câncer de próstata faz com que haja um número maior de homens com produção de quantidades inadequadas dos hormônios sexuais que necessitam de Terapia de Reposição Hormonal.

Essa realidade torna permanente a preocupação sobre o risco de a reposição promover recorrência de focos tumorais remanescentes. Ao mesmo tempo, o aumento do número de pacientes tratados para o câncer de próstata em que a terapia se faz necessária conduz para a prática da TRT perante um acompanhamento rigoroso, para que a terapia transcorra de forma segura e com resultados benéficos.

Com tanta controvérsia a respeito da questão se a reposição hormonal da testosterona influencia sobre o surgimento ou recidiva do câncer de próstata, quando há a necessidade da terapia nada é mais indicado do que ter uma conversa sincera com o médico especialista. E também informar-se sobre o assunto. A equipe UROMED disponibiliza um E-book que fala somente sobre o Câncer de Próstata. E se ainda assim restarem dúvidas, encontre um especialista com quem conversar a respeito.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270

Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes