Por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
Publicado em 08/06/2017
Alguns homens optam por fazer a cirurgia de reversão da vasectomia tempos depois de ter se submetido à vasectomia, que é o procedimento realizado para interromper o trânsito dos espermatozoides dos testículos até o pênis. Essa decisão pode ter diversos motivos. O mais frequente deles é o desejo de ter outro (ou o primeiro) filho.
Em geral, a reversão da vasectomia tem uma alta taxa de sucesso e é uma alternativa para os casais que desejam que a gravidez ocorra naturalmente, sem nenhum tipo de intervenção. Antes de realizá-la, porém, o urologista precisa analisar cada caso individualmente, pois a chance de a reversão ser bem-sucedida está relacionada ao tempo que transcorreu entre a vasectomia e a cirurgia para desfazê-la.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), alcançam-se melhores resultados com a reversão da vasectomia quando o intervalo entre os procedimentos é curto (de três anos, no máximo). A possibilidade de a mulher engravidar, consequentemente, é maior nos casos em que o tempo transcorrido entre a vasectomia e a reversão é menor que 36 meses.
Além disso, há outros fatores que colaboram para que a reversão da vasectomia dê certo:
Para reverter a vasectomia, geralmente, o urologista opta por uma abordagem cirúrgica minimamente invasiva. O tempo total de duração do procedimento para a recanalização dos canais deferentes, cortados na vasectomia, é de, aproximadamente, quatro horas. A operação é feita em ambiente cirúrgico, com o paciente anestesiado, e é considerada de pequeno porte e de rápida recuperação para o paciente.
Após a reversão, o homem precisa permanecer dois dias em repouso e só pode voltar a dirigir depois de uma semana. Transcorridos 15 dias da cirurgia, ele já pode relacionar-se sexualmente de maneira habitual. O retorno à prática desportiva é liberado em cerca de um mês. Andar de bicicleta é permitido, somente, a partir do segundo mês. Por 90 dias, andar em motocicletas e montar a cavalo não está autorizado.
Reverter a vasectomia só não é possível nos casos em que a cauterização ou o corte feito para interromper a passagem dos espermatozoides tenham sido muito extensos e não deixaram margem para possibilitar o religamento dos canais deferentes.
Material escrito por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
- Urologista - CRM 9576 RQE 6654
Dr. Jovânio é formado em medicina pela UFPel, é especialista em reprodução humana pela Unifesp. É membro da Sociedade Brasileira de Urologia e Membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual. Entre 2013 e 2018 foi Conselheiro Suplente do CRM-SC. Seus principais interesses são a andrologia, medicina sexual e reprodução humana.