Perguntas e Respostas

Perguntas
02 de março de 2015

Litíase urinária (pedra nos rins ou cálculo renal), como se prevenir?

Quando certos produtos químicos da urina se agregam formando cristais, uma massa endurecida chamada “cálculo” (ou pedra) se forma. A maioria das pedras começa a se formar nos rins e algumas podem se deslocar para outras partes das vias urinárias, incluindo o ureter ou a bexiga.

O cálculo renal é uma doença bastante prevalente. Cerca de 8% das mulheres e 15% dos homens vão apresentar cálculo renal em algum momento da vida.

Seu tratamento nem sempre é fácil. Além disso, as chances de uma pessoa que já teve cálculo renal vir a ter novamente é de cerca de 50% em cinco anos. Por isso, após o tratamento, é muito importante a prevenção da formação de novos cálculos também.

Vários fatores de risco contribuem para a formação de cálculos renais, que incluem:
– História familiar: 2,5 vezes mais frequente em indivíduos com antecedentes de casos na família
– Idade
– Raça
– Elevação de ácido úrico no sangue
– Obesidade: índice de massa corporal (IMC) >30Kg/m2
– Diabetes mellitus
– Síndrome metabólica
– Hábitos alimentares inadequados

Tratamento

Litotripsia Extracorpórea para Ondas de Choque (LEOC ou LECO)

A litotripsia extracorpórea por ondas de choque revolucionou a terapêutica dos cálculos urinários, transformando-se rapidamente numa importante inovação tecnológica para o tratamento desta doença.
A LEOC é um procedimento terapêutico que não necessita de incisões e é destinado a fragmentar (quebrar) cálculos das vias urinárias por meio de ondas mecânicas de acordo com o tipo de equipamento. O paciente é colocado deitado em posição dorsal ou ventral (barriga para cima ou para baixo), com a região anatômica onde se encontra o cálculo sobre uma bolha recoberta com gel, por onde as ondas de choque se propagam. Com ajuda da fluo­roscopia (radografia em tempo real) ou ultrassonografia, o cálculo é posicionado no chamado ponto focal (“mira”). Iniciam-se então os disparos das ondas que se convergem para este foco, levando à fragmentação do cálculo em pedaços menores, passíveis de eliminação espontânea.

Considerado como um procedimento não invasivo, ambulatorial e com baixo índice de complicações, a LEOC é indicada e realizada por urologistas, sendo de responsabilidade do médico assistente a indicação e o seguimento após a litotripsia.

O procedimento pode ser feito com a presença de um anestesiologista, com o intuito de realizar um procedimento indolor.

Pode ser considerada a primeira escolha no tratamento de alguns tipos de cálculos do aparelho urinário. Fatores importantes a serem avaliados antes da indicação da LEOC são: a composição química (dureza), tamanho e localização do cálculo, e condições clínicas do paciente. O número e as intensidades dos disparos são decididas durante o procedimento pelo médico que o realiza, mas para cada aparelho existe o limite máximo estipulado pelo fabricante, para diminuir riscos.

Os possíveis riscos (mais observados) associados a este procedimento são os seguintes:

1 – Presença de sangue na urina após o procedimento (hematúria), que tende a desaparecer progressivamente. Esta situação é muito comum em tratamento de cálculos no rim, e geralmente cede espontaneamente. Porém, quando há sangramento de maior quantidade, com coágulos na urina, há necessidade de avaliação pelo médico que assiste o paciente.
2 – A fragmentação do(s) cálculo(s) pode não ocorrer ou necessitar de mais de uma sessão de tratamento.
3 – Dor lombar ou cólicas renais resultantes da eliminação de fragmentos do(s) cálculo(s) ou de coágulos de sangue.
4 – Equimoses ou hematomas no local da aplicação (na pele).
5 – Formação de coleções sanguíneas ou de urina no rim ou no ureter que, em geral, são reabsorvidas espontaneamente.
6 – Obstrução do canal ureteral por fragmentos do cálculo ou coágulos, que pode evoluir para uma infecção local. Neste caso pode ser necessária a eventual drenagem do rim por colocação de um cateter interno no ureter (duplo J) ou um cateter diretamente no rim.
7 – Infecção, caracterizada por febre, arrepios, calafrios, tremores e outros possíveis sintomas causados pela mobilização de bactérias instaladas na estrutura do(s) cálculo(s).

No final do procedimento, após recuperação anestésica, o paciente receberá alta médica e será esclarecido com as últimas orientações. Uma receita com analgésicos e, em algumas ocasiões, antibióticos será prescrita. Posteriormente, o paciente é orientado a retornar ao seu urologista, para acompanhamento com exame de imagem e reavaliar o sucesso do procedimento, podendo haver necessidade de reaplicações ou outras modalidades de tratamento para a total eliminação dos cálculos.

Caso ocorra febre, sangramento ou dor intensa, você deverá entrar em contato com seu médico ou procurar um pronto-socorro.