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Publicado em 02/02/2024 - Atualizado 13/02/2024

Conheça os sintomas de câncer de pênis e como se prevenir

Conheça os sintomas de câncer de pênis e como se prevenir

O câncer de pênis, embora menos comum do que outros tipos de câncer, é uma condição séria que requer atenção e compreensão. Neste artigo, exploraremos os sintomas de câncer de pênis, causas e fatores de risco associados à doença, fornecendo informações essenciais para uma conscientização precoce.

Entendendo o câncer de pênis

O câncer de pênis é uma condição oncogênica na qual células anormais se desenvolvem e proliferam no tecido peniano. Essa neoplasia pode originar-se nas células da pele ou nas células mucosas do pênis.

É um tumor que ocorre, na sua maioria, em homens entre 40 e 60 anos. Além disso, esta condição tende a ser mais prevalente em comunidades com menor status socioeconômico, especialmente em nações em desenvolvimento, como em determinadas áreas do Brasil. A explicação para esses índices está nos fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor, diretamente associados aos problemas de higiene inadequada do órgão sexual masculino.

Fatores de risco

A compreensão dos fatores de risco é essencial para a prevenção e detecção precoceConfira os principais.

Fimose

A condição na qual o prepúcio não pode ser completamente retraído sobre a glande é identificada como um dos principais fatores de risco. A fimose pode levar a acúmulo de secreções e dificultar a higiene adequada, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de lesões que, ao longo do tempo, podem evoluir para câncer.

Higiene precária

Este fator também está associado ao aumento do risco, destacando a importância da limpeza adequada do órgão genital masculino. A falta de higiene propicia o acúmulo de bactérias e ocasiona infecções. Contribuindo para o surgimento de feridas persistentes que podem evoluir para um quadro de câncer de pênis.

Infecções

Outro fator de risco significativo é a infecção pelos sorotipos de alto risco do HPV, o vírus do papiloma humano. Essa infecção genital pode causar alterações nas células do pênis, predispondo-as ao desenvolvimento de lesões cancerígenas. A vacinação contra o HPV, particularmente em idades mais jovens, emerge como uma estratégia eficaz para prevenir não apenas a infecção, mas também o subsequente risco de câncer.

5 sintomas de câncer de pênis

O câncer de pênis geralmente apresenta uma lesão cutânea verrucosa, plana ou ulcerada na região genital. Contudo, os sintomas de câncer de pênis podem variar, sendo fundamental estar atento a quaisquer alterações no órgão genital masculino que persistam por um período significativo.

Alguns dos sintomas comuns associados ao câncer de pênis incluem:

  1. feridas persistentes: úlceras ou feridas que não cicatrizam, mesmo após tratamentos locais e cuidados apropriados, são um sinal de alerta;
  2. manchas anormais: mudanças na cor da pele do pênis, como manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, merecem atenção médica, especialmente se persistirem ao longo do tempo;
  3. nódulos ou caroços: a presença de nódulos, caroços ou áreas endurecidas no pênis, que não estão associadas a lesões traumáticas, é motivo de preocupação e deve ser avaliada por um profissional de saúde;
  4. secreção peniana anormal: qualquer secreção persistente, especialmente se acompanhada por odor desagradável, deve ser considerada um sintoma relevante;
  5. dor ou desconforto: dor persistente no pênis, durante a ereção, micção ou em repouso, pode ser um sinal de alerta.

É essencial destacar que a presença de um ou mais desses sintomas não confirma necessariamente o diagnóstico de câncer de pênis. No entanto, a persistência ou agravamento de qualquer sintoma deve motivar uma avaliação médica imediata.

Como é feito o diagnóstico do câncer de pênis?

No geral, o diagnóstico do câncer de pênis é feito de forma abrangente, englobando avaliação clínica, exames laboratoriais e procedimentos de imagem. Inicialmente, é feito o exame físico detalhado do pênis e região das virilhas.

Durante essa avaliação, o médico busca por quaisquer anormalidades e, caso haja suspeita, é realizada uma biópsia. Procedimento no qual uma pequena amostra de tecido é removida do pênis para análise microscópica. Essa etapa é crucial para avaliar histologia e grau de diferenciação celular.

Além da biópsia, exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), podem ser conduzidos para avaliar a:

  • extensão do câncer;
  • presença de metástases;
  • possível invasão de estruturas adjacentes.

Ademais, o uso de antibióticos por um período de até seis semanas pode ajudar a diferenciar linfonodos inflamatórios daqueles infiltrados pelo tumor. É válido destacar que os tumores de pênis podem ser divididos em baixo risco (pouco agressivos) e alto risco (muito agressivos).

Como prevenir o câncer de pênis?

É possível evitar que qualquer um desses sintomas surjam por meio de cuidados simples que contribuem para a saúde integral do corpo. São eles:

Manter bons hábitos de higiene

A limpeza diária do pênis com água e sabão e a higiene do órgão após as relações sexuais e masturbação, principalmente se ocorreram sem o uso de preservativos, é uma forma de prevenir o desenvolvimento do câncer na região genital.

Após lavar, é preciso secar bem a região. Esses hábitos de higiene íntima devem ser ensinados desde cedo às crianças, dessa forma esses cuidados pessoais irão fazer parte da rotina desde a infância.

Operar a fimose

A cirurgia da fimose, também chamada de circuncisãoremove o prepúcio e é outro fator de prevenção. Homens circuncidados têm menor chance de desenvolver câncer de pênis do que aqueles não circuncidados.

O procedimento é frequentemente realizado em lactentes, mas pode ser feito mais tarde. A operação é simples e rápida e não necessita de internação.

Usar preservativo

preservativo é indispensável em qualquer relação sexual, pois é uma forma de manter-se seguro e prevenir-se contra várias doenças que podem ser transmitidas, como o HPV. Esta Infecção Sexualmente Transmissível (IST) é detectada em cerca da metade de todos os cânceres de pênis.

Acredita-se que a infecção pelo HPV é um importante fator de risco para o câncer de pênis. O sexo sem proteção praticado com diferentes parceiros também aumenta o risco de o homem desenvolver a doença.

Parar de fumar

Homens que fumam estão mais propensos a desenvolver câncer de pênis do que aqueles que não fumam. O hábito expõe o organismo a muitos produtos químicos desencadeadores de câncer. Estas substâncias nocivas são inaladas para os pulmões e absorvidas para a corrente sanguínea, sendo transportadas por todo o corpo.

Pesquisadores acreditam que estas substâncias danificam o DNA das células do pênis, o que pode levar ao desenvolvimento do câncer no órgão. Fumantes que têm infecções pelo HPV estão ainda mais suscetíveis à doença.

Tratamento

O tratamento do câncer de pênis é eminentemente cirúrgico. Lesões pequenas, superficiais e pouco agressivas podem ser tratadas com ressecções locais ou até mesmo por terapias ablativas (eletrocoagulação, cauterização química, laser).

Entretanto, em geral, ressecções com uma boa margem de segurança se fazem necessárias. Com o objetivo da preservação da função sexual, sempre que possível, deve-se ponderar a possibilidade de ressecção somente da área afetada pelo tumor, com uma margem de segurança (penectomia parcial).

Porém, reforçamos que o câncer de pênis é um dos cânceres mais evitáveis considerando que impedir o desenvolvimento da doença depende somente do homem interessado em dar atenção à própria saúde. Talvez esse seja o fator mais importante para a prevenção efetiva: o homem criar consciência sobre a importância de cuidar de si.

Realizar um check-up masculino é a melhor maneira de saber como está sua saúde. Se você tiver alguma dúvida ou estiver sentindo alguns dos sintomas de câncer de pênis, não hesite em entrar em contato com a Uromed. Estamos à disposição!

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270

Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes