Por: Dr. Ricardo Kupka da Silva - Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Publicado em 24/09/2016
Os sentimentos e reações da família e dos amigos em relação ao diagnóstico de câncer de uma pessoa próxima são diversos. A descoberta da doença não impacta somente o paciente, mas todo o núcleo social no qual ele está inserido. E quem está por perto nem sempre sabe como agir ou o que expressar: otimismo? Comiseração?
Independentemente de qual seja o sentimento, a regra geral de quem está próximo é se manter sempre disposto a ajudar o familiar no enfrentamento da doença, embora a trajetória seja permeada por momentos difíceis. Não é fácil para o paciente nem para a família enfrentar o câncer. Ambos sentem as mesmas coisas e experienciam a mesma expectativa: da cura. Isso, muitas vezes, gera sentimentos e reações estressantes como frustração, ansiedade, raiva, vergonha, pesar e incerteza, o que não é bom para ninguém.
O câncer é uma doença complexa, que pode ser de longa duração e que compromete significativamente a vida dos indivíduos nas dimensões biológica, social e afetiva. Não há como preparar-se para enfrentá-la, pois chega sem aviso, surpreendendo a todos. Quando ela surge, pouco se sabe a respeito e muitas são as dúvidas. As mais comuns são: o que fazer agora e como agir?
É essencial oferecer suporte emocional e buscar orientações quanto à doença e tratamento para poder oferecer apoio integral. É preciso estar aberto para ouvir o familiar ou amigo e compreender suas demandas, sem julgamentos baseados em pré-conceitos. Cada pessoa reage a seu modo mediante o câncer, seja paciente, familiar ou amigo, e isso precisa ser muito bem assimilado para que os laços afetivos não se percam, e sim se fortaleçam.
Cuidar do paciente com câncer, às vezes, pode ser exaustivo para a família. E isso permanece velado devido à crença de que é preciso demonstrar, a todo tempo, força e esperança. Assim, o cuidado com o cuidador é negligenciado, inclusive, por ele mesmo quando não deveria.
Quem cuida também precisa de suporte emocional. Não deve somente promover a saúde da pessoa doente, mas também ter a própria saúde bem atendida para poder prestar o melhor apoio. Necessita ser cuidado e assistido em suas necessidades emocionais e individuais, tanto quanto o familiar adoecido.
As pessoas, na maior parte das vezes, necessitam se sentir protegidas, seguras, orientadas e saber que podem contar com alguém para compartilhar a experiência, de forma menos dolorosa e sofrida. O conforto de uma mão amiga, o carinho, uma palavra de incentivo fazem toda a diferença.
Material escrito por: Dr. Ricardo Kupka da Silva
- Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Dr. Ricardo Kupka é formado em medicina pela UFSC. Especialista em urologia e cirurgia geral no Hospital Governador Celso Ramos. Realizou fellowship em Uro-Oncologia pela USP e Hospital Sírio Libanês, e o doutorado em Urologia na USP. É membro da NeuUro - Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Seus principais interesses são urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes