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Publicado em 12/01/2016

A importância da história familiar no câncer de próstata

A importância da história familiar no câncer de próstata

A recomendação usual é a de que os homens comecem a se prevenir contra o câncer de próstata a partir dos 50 anos. Porém, homens com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos e afrodescendentes estão entre os que têm um risco maior de desenvolver a doença, por isso, devem submeter-se aos exames preventivos a partir dos 40 anos de idade.

Por que os homens devem dar mais atenção à saúde quando algum familiar desenvolveu a doença quase não é dito e vamos tentar esclarecer. Para começar, um dado estatístico: há um fator genético, familiar, em 20% dos homens diagnosticados com câncer de próstata. Quando é o pai, o tio ou um irmão que tem a neoplasia, o risco do filho, sobrinho ou irmão também a ter dobra. E aumenta onze vezes se o câncer acometer três parentes próximos.

É para se preocupar?

Os dados parecem assustadores, mas não são tanto se considerar que em 80% dos casos o câncer surge fora de qualquer contexto genético familiar. Eles servem para acender o sinal de alerta para o risco de a doença surgir sem que nada possa ser feito caso quem esteja relacionado ao fator de risco representado pela genética ignorar essa possibilidade.

Outra característica da predisposição familiar é a de a doença se manifestar mais cedo, comprometendo a saúde de homens jovens, às vezes na idade dos 40 anos, o que justifica a necessidade de realizar o rastreamento precoce do câncer de próstata em todos os homens das famílias relacionadas a partir dessa faixa etária.

O que fazer?

A única forma de diagnosticar o câncer prostático quando ainda há possibilidade de cura por meio de tratamentos terapêuticos é realizar anualmente o exame clínico da próstata por intermédio do conhecido exame de toque e um exame para verificação da dosagem do PSA (antígeno prostático específico).

Cerca de 60% dos cânceres de próstata são descobertos por meio dos resultados apresentados na avaliação do PSA ou pelo exame clínico. Portanto, consulte seu médico ou um urologista para investigar sobre seu estado de saúde. Esse é um gesto que pode salvar a sua vida e fazer com que você continue vivendo bem.

Quais são as perspectivas?

Antigamente, 60 a 80%* dos cânceres de próstata eram diagnosticados quando as chances de cura eram pequenas. Hoje, em 60 ou 80%* dos casos é possível descobrir a existência da doença ainda  no início, o que aumenta as chances de cura. Essa inversão se deve ao acesso do público a mais informações sobre a neoplasia, ao desenvolvimento de métodos diagnóstico precisos e ao avanço nas pesquisas sobre o câncer de próstata, entre outros fatores.

A ciência está estudando a existência dos genes ligados ao câncer de próstata presentes nos cromossomos. As descobertas podem contribuir para o aperfeiçoamento de técnicas novas de diagnóstico e tratamento. Até lá, é importante que cada um faça a sua parte, agindo conscientemente, informando-se e prevenindo-se. Por enquanto, informação e prevenção são a forma mais eficaz de evitar o câncer de próstata.

* Fonte: Livro Próstata: 100 perguntas e respostas. Autores: Prof. Dr. Marc Zerbib e Dra. Martine Perez.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270

Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes