Por: Dra. Eliete Magda Colombeli - Cirurgiã Pediátrica - CRM 9020 RQE 6364
Publicado em 21/03/2020
A criptorquidia, popularmente conhecida como “testículos não descidos”, ocorre na ausência de um ou dos testículos no saco escrotal, sendo uma alteração muito comum entre os bebês prematuros (45% de incidência nas crianças nascidas prematuramente, contra 5% das nascidas a tempo).
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A migração testicular ocorre nas fases em que se completam o final da gestação, ou seja, na formação do feto. Por conta disso, a condição de criptorquidismo se desenvolve quando um (unilateral) ou os dois testículos (bilateral) são formados dentro do abdômen durante a vida intra uterina, isto é, no final da fase fetal.
Embora a criptorquidia seja um caso isolado, entre 10% a 20% das ocorrências estão associadas às disfunções hipotalâmico-hipofisárias, doenças genéticas ou embrionárias, bem como malformações congênitas da parede abdominal, além da hipospádia e o micropênis.
Para constatar a criptorquidia, o médico observa o testículo do bebê por meio da apalpação do escroto, logo após o nascimento. Verificado o distúrbio, é necessário iniciar o tratamento quanto antes, para não resultar em complicações.
Se o médio perceber a ausência do testículo, ele pode recomendar observação da criança, já que eles podem descer até o 1º ano de vida do bebê, sem necessidade de tratamento específico.
Caso contrário, se isso não ocorrer, será necessário iniciar um tratamento, seja por via medicamentosa, hormonal ou cirúrgica.
Em Florianópolis, a Uromed conta com uma equipe especializada no tratamento urológico para crianças, em uma unidade de Urologia Florianópolis.
O criptorquidismo pode ser congênito (durante o nascimento) ou adquirido (após o nascimento, com o posicionamento inadequado dos testículos). Independentemente da origem, é fundamental iniciar o tratamento.
Apesar de assintomática, a criptorquidia pode resultar em complicações, como orquite, infecção dos testículos e, até mesmo, casos de infertilidade, hérnias de testículo e aparecimento de câncer.
Pessoas que contam somente com um testículo não descido têm uma taxa de fertilidade menor, quando comparados com pacientes com os dois testículos na posição certa. Já meninos que apresentam criptorquidia bilateral podem ter a taxa de paternidade comprometida.
Quanto ao câncer, as crianças com criptorquidia apresentam maior risco de tumor no testículo de 2 a 5 vezes maior, se comparados com a população em geral. Acredita-se que esses pacientes já tenham uma predisposição genética para a ocorrência de tumores testiculares.
O tratamento da criptorquidia dependerá com o tipo de disfunção apresentada por cada paciente.
Em alguns casos, recomenda-se o uso da gonadotrofina coriônica (hCG) e demais medicamentos que provocam o amadurecimento transitório do testículo, ajudando na migração testicular. No entanto, nos casos em que os hormônios não solucionam o problema, é necessária intervenção cirúrgica.
Recomenda-se que a cirurgia seja realizada no primeiro ano de vida da criança, pois os testículos que permanecem fora do escroto por mais de dois anos já apresentam lesões irreversíveis.
Em casos de criptorquidia adquirida, ou seja, quando a ausência dos testículos é detectada em fases tardias, o tratamento consiste na remoção dos testículos, tornando o indivíduo estéril, para evitar complicações futuras.
Normalmente, os tratamentos para criptorquidismo são realizados da seguinte maneira:
Normalmente, o tratamento hormonal é eficaz em 70 a 80% dos casos, em especial, nos pacientes com testículos retráteis. Nos pacientes com testículos retidos, a porcentagem varia de 10 a 25%, dependendo da faixa etária do indivíduo.
Apesar do “medo” da intervenção cirúrgica, os pais podem ficar despreocupados, pois hoje existe a possibilidade de realização da videolaparoscopia, com menos rico de complicações para as crianças.
A Uromed conta com profissionais qualificados para o tratamento de criptorquidia. Quer conhecer mais sobre a clínica? Agende uma consulta com a nossa equipe de urologia pediátrica!
Material escrito por: Dra. Eliete Magda Colombeli
- Cirurgiã Pediátrica - CRM 9020 RQE 6364
A Dra. Eliete Colombeli é formada em medicina pela UFSC, onde também é professora. A médica é supervisora do programa de residência médica em cirurgia pediátrica Hospital Infantil Joana de Gusmão. Seus principais interesses são a urologia pediátrica e a cirurgia pediátrica. Ver Lattes