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Por: - Urologista - CRM 5471 RQE 1892
Publicado em 11/08/2018

Já ouviu falar em “bexiga baixa”?

Já ouviu falar em “bexiga baixa”?

O problema conhecido popularmente como “bexiga baixa” é bastante comum em mulheres com mais de 40 anos e merece muita atenção. As dores constantes na pelve, prisão de ventre e incontinência urinária são alguns dos sintomas que alertam para essa condição. O chamado prolapso genital ou cistocele é resultado da perda da sustentação da bexiga, uretra, útero, intestino e reto.

Principais causas da bexiga baixa

Conforme vimos, a cistocele acontece em decorrência da perda da sustentação da bexiga, mediada por músculos e ligamentos que se encontram no interior da pelve da mulher. Isso pode acontecer por diversos motivos:

 

  • parto prolongado ou múltiplos partos normais;
  • gravidez;
  • menopausa;
  • envelhecimento natural, a partir dos 50 anos;
  • retirada do útero;
  • cirurgias vaginais ou abdominais;
  • alterações hormonais;
  • doenças musculares, genéticas e neurológicas
  • obesidade.

Como saber se sofro de bexiga baixa?

A verificação dos sintomas da bexiga baixa varia conforme o grau do problema. Por isso, muito embora a condição acometa, geralmente, mulheres com idade superior a 50 anos pela menopausa, é possível que mulheres mais jovens possam ter a musculatura do assoalho pélvico enfraquecida. Dessa maneira, é fundamental estar atenta aos seguintes sintomas que virão sinalizar a condição de bexiga baixa:

 

  • incontinência urinária;
  • desconforto e/ou dor durante as relações sexuais;
  • sensação de pressão na região pélvica e na vagina;
  • sensação de que existe uma bola na vagina;
  • aumento da frequência urinária;
  • dificuldade de começar ou parar de urinar;
  • necessidade urgente de urinar;
  • infecções urinárias recorrentes.

Como resolver o problema?

Em casos mais graves, a intervenção para a bexiga baixa é o procedimento cirúrgico, capaz de recolocar os órgãos afetados em suas respectivas posições adequadas. A cirurgia é acompanhada de uma malha, que é inserida para reforçar a região que está enfraquecida. No entanto, caso a cirurgia não seja necessária, será recomendado que a mulher utilize um anel de borracha (pessário) que irá fazer a sustentação do útero.

Fortalecimento da musculatura pélvica

Ainda assim, se o quadro estiver em seus estágios iniciais, é possível evitar o agravamento por meio de exercícios perineais. Dessa forma, os exercícios são capazes de fortalecer os músculos do assoalho pélvico e demonstrar a maneira correta de contraí-los.

 

É possível também utilizar técnicas como biofeedback, que se dá pelos movimentos de contração e relaxamento da musculatura pélvica enquanto há um registro dos movimentos por um computador. Outra maneira é a eletroestimulação, um procedimento na qual choques são capazes de estimular a contração muscular.

É possível prevenir a bexiga baixa?

Para prevenir a condição de bexiga baixa é importante se atentar à algumas recomendações:

 

  • praticar os exercícios perineais, principalmente se a mulher estiver grávida ou planeja ser mãe;
  • evitar os fatores de risco: ganho de peso, a constipação intestinal e a tosse crônica;
  • praticar ioga e pilates.

 

Ainda assim, é fundamental estar atento às práticas para o fortalecimento da musculatura, pois se a contração da pelve não for feita corretamente, é possível que o quadro até se intensifique. Por isso, visite regularmente um especialista ou marque um horário caso perceba algum dos sintomas.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 5471 RQE 1892

Formado em medicina e mestre em ciências médicas pela UFSC, o Dr. Edibert Melchert é especializado em endourologia e videolaparoscopia. Foi coordenador do Departamento de Endourologia da Sociedade Brasileira de Urologia e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC.   Ver Lattes