Por: Dr. Aguinel José Bastian Júnior
Publicado em 20/04/2016
O câncer de próstata é considerado o segundo mais comum na população masculina em todo o mundo. A maior parte dos casos diagnosticados ocorrem em regiões mais desenvolvidas do globo. No Brasil, a estimativa de homens que terão a doença só não é maior que o número previsto para os casos de câncer de pele não-melanoma.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2016 aproximadamente 61.200 homens devem ser diagnosticados com câncer de próstata. Esses valores correspondem a um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens.
Os mais propensos a ter a doença são aqueles que têm mais de 65 anos, são negros ou possuem histórico da doença na família. Os hábitos alimentares também influenciam no desencadeamento do câncer de próstata. O excesso de peso corporal, assim como uma dieta rica em carne vermelha, eleva o risco de o homem desenvolver esse tipo de tumor.
Há duas formas de detectar o câncer de próstata: pelos níveis de PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) no sangue e pelo exame de toque retal. Cerca de 18% dos tumores prostáticos são identificados pelo exame de toque retal quando o paciente em avaliação possui níveis normais de PSA. Esse é um dos principais motivos pelo qual um exame não exclui a necessidade de realização do outro.
O diagnóstico definitivo, porém, é feito por meio da biópsia prostática, realizada preferencialmente guiada por ultrassonografia transretal. Na biópsia, o médico faz a coleta de 12 fragmentos, pelo menos, oriundos de diferentes regiões da próstata. Em casos em que há a confirmação da doença, é identificada a presença do tumor conhecido como adenocarcinoma acinar, o tipo mais comum, responsável por até 95% dos casos.
Em algumas situações o diagnóstico pode apontar a existência de neoplasia intraepitelial prostática (NIP), que pode ser um sinal de alerta, dependendo do grau. Geralmente a de alto grau é considerada lesão precursora da doença e não um câncer propriamente dito. A de baixo grau não tem uma relação bem definida com a doença. Em linhas gerais, não representa motivo para preocupação, por isso nem é relatada no laudo histopatológico.
O médico solicita uma nova biópsia somente quando é verificada NIP de alto grau em mais de 2 fragmentos (dos 12 coletados), quando a biópsia não foi representativa (menos de 8 fragmentos) ou quando há aumento do PSA no seguimento.
O diagnóstico adequado do câncer de próstata é importante para determinar o melhor tratamento e aumentar as chances de cura. A escolha da terapêutica é individualizada e definida após o paciente discutir os riscos e benefícios de cada alternativa com o médico especialista em urologia oncológica. Os mais indicados estão especificados no e-book Câncer de Próstata.
Material escrito por: Dr. Aguinel José Bastian Júnior
- Urologista - CRM 5179 RQE 9107
Formado em medicina e mestre em ciências médicas pela UFSC, o Dr. Aguinel Bastian Júnior é doutor pela USP e desde sua especialização dedica-se ao estudo e tratamento onco-urológico. É membro da equipe do NeoUro – Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Ver Lattes