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Publicado em 04/04/2016 - Atualizado 07/02/2019

Quando é necessário fazer quimioterapia?

Quando é necessário fazer quimioterapia?

Geralmente quem recebe o diagnóstico do câncer tem uma dúvida muito comum: será preciso fazer quimioterapia? A resposta é: depende. A avaliação do tipo de tumor, estágio da doença e risco de atingir outras partes do corpo são alguns dos fatores que precisam ser analisados pelo médico para se definir se é necessário fazer ou não quimioterapia para tratar o câncer.

Em linhas gerais, não há uma regra que determine quando e como a quimioterapia deve ser utilizada no tratamento da doença. A única certeza é a de que é capaz de destruir as células doentes que formam o tumor, podendo ser aplicada tanto antes ou depois da cirurgia de retirada do câncer quanto isoladamente.

Tratamento diminui chance de recidiva

Em cada fase do tratamento do câncer a quimioterapia é administrada com uma finalidade. No período pré-operatório, tem a função de aumentar a chance de ressecabilidade do tumor e diminuir a possibilidade de a doença voltar. No pós-operatório, serve, principalmente, para evitar que a recidiva aconteça, sendo capaz de reduzir a chance de recaída tumoral em outros órgãos (à distância).

A realização da quimioterapia antes da cirurgia para retirada do tumor é um artifício utilizado pelos médicos com a intenção de diminuir o tamanho do tumor para efetuar uma cirurgia menos radical e até, eventualmente, preservar o órgão acometido. Um exemplo desta abordagem ocorre nos tumores de bexiga, no qual a quimioterapia seguida de radioterapia pode, em alguns casos, substituir completamente a cirurgia invasiva.

No entanto, há situações em que o tumor não é ressecável ou o câncer já atingiu outras partes do organismo. Nestes casos, a cirurgia deixa de ser uma opção, mas a quimioterapia não, dependendo das características do tumor em questão.

Medicamentos protegem o organismo de novos ataques

Com o intuito de aumentar a curabilidade do câncer e, caso possível, elevar a chance de preservação do órgão atacado pelo tumor, a quimioterapia combina diversos medicamentos para destruir as células doentes. Estes medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo para eliminar as células cancerígenas e, também, impedir que elas se espalhem pelo corpo.

Isso pode ser feito de diversas formas. As mais comuns são por via oral (pela boca) e endovenosa (pela veia). Com menor frequência a administração é por meio de injeções intramusculares.

Nem sempre a quimioterapia resolve

Em geral, modalidades terapêuticas como a quimioterapia procuram reduzir o número de células neoplásicas para uma quantidade tão pequena que o sistema imune do indivíduo seja capaz de eliminá-las ou controlá-las.

É um tratamento amplamente difundido e que tem sido aperfeiçoado para gerar menos desconforto ao paciente. No entanto, não há como garantir sua eficácia. Ainda mais se considerarmos que alguns tumores são resistentes aos medicamentos empregados na quimioterapia ou não podem ser totalmente removidos cirurgicamente. Mesmo assim, deixar de realizá-lo pode não ser a melhor escolha. O ideal é conversar com um médico de confiança a respeito das possibilidades e optar por aquela que trará maior benefício para a saúde.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270

Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes