Por: Dr. Ricardo Kupka da Silva - Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Publicado em 04/07/2017 - Atualizado 07/02/2019
Infecção que acomete a bexiga, a cistite é muito comum em mulheres. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que entre 50% e 80% da população feminina apresentará ao menos um episódio de cistite em algum momento da vida. E até metade das mulheres diagnosticadas com a doença poderão tê-la mais de uma vez, condição conhecida como cistite de repetição e caracterizada pelo surgimento da doença pelo menos três vezes no período de um ano ou duas vezes em um intervalo de seis meses.
O reaparecimento da doença, em que a causa é uma nova bactéria, é considerada uma reinfecção. A recidiva ocorre quando a cistite é causada pela mesma bactéria que a provocou anteriormente. Após a primeira infecção na bexiga, a mulher está mais suscetível a desenvolvê-la novamente.
O primeiro caso geralmente acontece na juventude e no período de atividade sexual, mas também é comum haver histórico familiar de cistite de repetição. A mulher deve desconfiar de que está com alguma infecção na bexiga quando:
Até 85% das cistites têm como causa a bactéria Escherichia coli (E. Coli) que, assim como outros germes que provocam as infecções, está presente no intestino e pode migrar para a vagina e a bexiga.
Mesmo já tendo tido a doença e feito tratamento para curá-la, não é recomendado seguir o mesmo tratamento no retorno da infecção. Até porque o novo caso de cistite pode ser causado por outra bactéria, então serão necessários outros medicamentos para solucioná-lo. Sem contar que a automedicação pode tornar a bactéria resistente à ação dos antibióticos.
Em casos de cistite, a consulta médica nunca deve ser dispensada. Faz parte do tratamento adequado ser orientado pelo urologista quanto à medicação apropriada para curá-la. O especialista faz o diagnóstico com base nos sintomas e exames laboratoriais. Depois, recomenda um antibiótico para tratar a doença. Tomar o medicamento certo, no momento correto e pelo tempo recomendado é o que torna o tratamento realmente eficaz.
Pacientes em que a cistite de repetição é recorrente podem precisar de um tratamento mais prolongado. Nessa situação, o médico pode indicar o uso de um antibiótico em dose menor por até um ano.
Uma forma de evitar que as infecções na bexiga sejam frequentes é não ficar longos períodos sem urinar. Também é importante tomar ao menos dois litros de água diariamente (ainda mais em dias quentes), tratar a constipação intestinal, cuidar da higiene íntima e praticar exercícios físicos.
Fonte:
http://portaldaurologia.org.br/doencas/cistite-de-repeticao/
Material escrito por: Dr. Ricardo Kupka da Silva
- Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Dr. Ricardo Kupka é formado em medicina pela UFSC. Especialista em urologia e cirurgia geral no Hospital Governador Celso Ramos. Realizou fellowship em Uro-Oncologia pela USP e Hospital Sírio Libanês, e o doutorado em Urologia na USP. É membro da NeuUro - Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Seus principais interesses são urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes