Por: Dr. Edemir Westphal - Urologista - CRM 1818 RQE 248
Publicado em 15/12/2015 - Atualizado 21/10/2022
O desgaste físico funcional do corpo e da mente, e a diminuição das respostas fisiológicas são processos naturais do envelhecimento humano. Dentre as alterações comuns que surgem está a incontinência urinária, doença que gera um enorme impacto sobre a qualidade de vida das pessoas.
Segundo a International Continence Society, a incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de urina, que pode ser ocasionada por esforços ou são de urgência. Mais que uma doença a ser tratada, é um problema social a ser resolvido, pois impacta diretamente na qualidade de vida.
A questão é que quem possui incontinência dificilmente procura ajuda especializada por sentir-se constrangido em falar sobre o assunto com familiares, amigos ou um profissional de saúde. Isso faz com que essas pessoas convivam com o problema por muitos anos, sem procurar ajuda, e o considerem “normal”. Assim, os episódios passam a fazer parte do cotidiano, sendo incorporados às atividades rotineiras, como os cuidados com a higiene, alimentação ou vestir-se, apesar de ainda causar transtornos e incômodos.
Nesses casos, a alternativa para amenizar o problema é a utilização de algum tipo de proteção, principalmente para sair de casa. Muitos consideram o uso de um absorvente ou forro uma precaução, além de uma maneira de sentir-se mais seguro para desempenhar atividades externas. Outras estratégias geralmente adotadas para minimizar o risco de acidentes urinários é aumentar o número de idas ao banheiro para urinar e o uso de roupas escuras.
Esse tipo de preocupação demonstra o quanto a incontinência urinária não tratada afeta diversos aspectos da vida. Alguns idosos acabam mudando a rotina diária e isolando-se por causa do receio de que as pessoas com quem convivem percebam o problema devido ao odor de urina e à insegurança de não ter um banheiro por perto caso necessitem.
Outra consequência ocasionada pela permanência da doença é a diminuição da ingestão de água. Parte das pessoas que sofrem de incontinência urinária acaba diminuindo o volume de consumo do líquido por medo da possibilidade de haver aumento dos episódios de perda de urina.
Para solucionar todas as questões limitantes relacionadas à incontinência urinária, primeiro é preciso perder a vergonha e conversar com alguém a respeito do que está acontecendo. A pessoa mais indicada é o médico urologista. O profissional será capaz de avaliar a situação e dizer o que pode ser feito a respeito.
Uma opção viável é a terapia comportamental. Consiste em estimular modificações comportamentais e mudanças dos hábitos do paciente que possam contribuir para piorar ou causar episódios de perdas urinárias, associando a isso um “treinamento” da bexiga. O tratamento cirúrgico é indicado nos quadros de incontinência urinária moderada a severa ou quando não há melhora após o tratamento fisioterápico e/ou medicamentoso.
Informe-se mais a respeito da incontinência urinária. Em diversos artigos abordamos questões relacionadas à doença. Para começar sugerimos a leitura sobre “O que é incontinência urinária?”.
Material escrito por: Dr. Edemir Westphal
- Urologista - CRM 1818 RQE 248
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Edemir Westphal é especialista em urologia pelo Hospital Governador Celso Ramos e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Urologia.