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Publicado em 25/08/2021

Vontade de fazer xixi frequente pode ser sintoma de disfunções miccionais

Vontade de fazer xixi frequente pode ser sintoma de disfunções miccionais

A quantidade de vezes que uma pessoa vai ao banheiro durante o dia pode variar de acordo com a quantidade de líquido ingerido por dia, assim como o seu tipo. Mas, normalmente, pessoas que bebem dois litros de água por dia tendem a ir ao banheiro urinar entre seis e oito vezes em 24 horas. Então, quando há vontade de fazer xixi frequente é preciso ficar alerta.

Idas ao banheiro várias vezes ao dia, principalmente quando acompanhadas da sensação de urgência, são um sinal de disfunções miccionais. As mais comuns são a bexiga hiperativa e a incontinência urinária. Elas afetam quase um terço da população em qualquer fase da vida, sendo mais comum em mulheres, principalmente na faixa etária dos 30 aos 60 anos.

Continue lendo e saiba sobre essas patologias e sua relação com a vontade de fazer xixi frequente.

Você tem vontade de fazer xixi frequente? Procure um médico!

Como já falado, a vontade de fazer xixi frequente é um sinal de disfunções miccionais. Infelizmente, muitas vezes o diagnóstico ocorre de forma tardia, uma vez que os pacientes acham que esse problema é normal e passará com o tempo, esperando para buscar o auxílio do urologista ou demorando para falar ao médico sobre esse incômodo.

Como consequência, a condição vai avançando e torna-se mais séria. Geralmente, o que motiva a postergação da procura por assistência médica é a vergonha em relatar o problema, o que é ainda mais comum quando ocorre a perda de xixi. Além disso, ainda há a crença de que é normal acontecer esse tipo de episódio diariamente.

Assim, as pessoas acabam adotando padrões de comportamento que interferem na vida diária, aumentam a insatisfação pessoal e impactam negativamente na qualidade de vida. Muitas deixam de conviver socialmente com familiares e amigos pelo receio de precisar ir ao banheiro e não ter nenhum por perto, por exemplo.

O que causa a vontade de fazer xixi frequente?

Basicamente, a vontade de fazer xixi frequente está ligada a duas condições. Saiba mais sobre elas e veja outros sintomas que podem estar presentes.

Incontinência urinária

A incontinência urinária é definida pela presença de perdas involuntárias de urina, perceptíveis pelo doente ou por quem lhe presta cuidados. Esse problema é mais comum com o passar dos anos e ocorre mais em mulheres. Enquanto apenas 4% a 10% das pacientes de 20 a 30 anos têm essa condição, essa porcentagem aumenta para 60% em mulheres com mais de 60 anos.

Acima de 65 anos, 80% das pacientes contam com a perda involuntária de urina. Ela é classificada em três tipos:

  • de esforço: quando há um aumento na pressão abdominal, como ao fazer algum exercício físico ou levantar um peso;
  • de urgência: quando existe a urgência para urinar de forma repentina e
  • mista: caracterizada pela mistura entre a de esforço e de urgência.

Vale ressaltar que esse problema não é uma doença por si só. A incontinência urinária representa apenas a perda de urina, o que pode ser causada pela fraqueza dos músculos, tanto dos que sustentam a bexiga quanto dos que fazem o controle do xixi, defeitos de nascimento no sistema urinário ou lesões em cirurgias. Outra causa comum é a doença chamada bexiga hiperativa.

Saiba mais sobre essa condição no nosso blog.

Bexiga hiperativa

A bexiga hiperativa é uma das causas da perda involuntária da urina e também da vontade de fazer xixi frequente. Essa doença é caracterizada por contrações involuntárias nessa órgão, o que faz com que o paciente sinta vontade de ir ao banheiro de forma urgente. Caso não tenha nenhum banheiro por perto ou o paciente espere muito, pode haver o escape da urina.

Saiba mais sobre essa doença e os seus possíveis tratamentos no nosso blog.

Como tratar a vontade de fazer xixi frequente?

O tratamento da vontade de fazer xixi frequente dependerá diretamente da sua causa. Mas, de forma geral, os casos mais simples envolvem a administração diária de comprimidos que atuam na bexiga, diminuindo a sua sensibilidade aos estímulos que normalmente desencadeiam a micção ou inibindo as próprias contrações exageradas.

Já para os pacientes com disfunções miccionais mais desenvolvidas, recomenda-se a cirurgia. É importante frisar que, nos últimos anos, houve uma grande evolução relacionada aos métodos utilizados e grande parte dos procedimentos é feito de forma minimamente invasiva.

A cirurgia é realizada com anestesia local e pode envolver diferentes técnicas. A mais comum é a colocação de Sling, uma fita abaixo da uretra, o que aumenta a capacidade de segurar a urina. Normalmente, não há necessidade de internação hospitalar e o paciente pode retornar às suas atividades normais em poucos dias.

Independentemente do tratamento, quanto mais cedo começar, melhor será o resultado. Nada deve ser feito sem a consulta de um urologista. Também é errado aguardar para ver se o transtorno “passa”, pois quanto mais tempo esperar, mais crônico o problema se torna.

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Material escrito por:
- Urologista - CRM 7643 RQE 3410

Formado em medicina pela UFPB, o Dr. José Orlando passou pelo internato médico da UFSC e realizou sua residência em urologia no Hospital Governador Celso Ramos. É membro efetivo da Sociedade Brasileira e Urologia. Seus principais interesses são a endourologia e a litíase urinária.   Ver Lattes