Por: Dr. Reginaldo Pereira Oliveira - Urologista - CRM 650 RQE 5273
Publicado em 07/02/2020 - Atualizado 21/10/2022
A incontinência urinária caracteriza-se como a perda involuntária de urina pela uretra, sendo uma condição predominante em mulheres e, muitas vezes, erroneamente associada somente ao envelhecimento. Isso porque o problema pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, até mesmo jovens, apesar da recorrência em idosos.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais de 10 milhões de brasileiros sofrem com a incontinência urinária. Desse total, cerca de 35% das mulheres pós-menopausa apresentam incontinência urinária de esforço e 40% das gestantes têm um ou mais episódios na gravidez ou após o parto. Entre os homens, 5% daqueles submetidos à cirurgia para retirada da próstata também podem apresentar o problema.
A porcentagem de homens com mais de 60 anos com incontinência urinária também é menor em relação às mulheres. A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que 11,6% do sexo masculino têm o problema, em relação a 26,2% do sexo feminino.
A predominância em mulheres deve-se ao fato do sistema urinário feminino apresentar duas falhas naturais no assoalho pélvico, além da uretra: o hiato vaginal e o hiato retal. Com isso, as estruturas musculares responsáveis pela contração da uretra e sustentação dos órgãos pélvicos são mais frágeis, o que pode provocar a incontinência urinária.
Existem três tipos de incontinência urinária:
O tipo mais comum de incontinência urinária é o de urgência. O problema pode ser decorrente de problemas cardiovasculares e distúrbios neurológicos, como Parkinson, esclerose múltipla e AVC.
Vale ressaltar que a eliminação da urina é controlada pelo chamado sistema nervoso autônomo. Assim, se houver algum distúrbio na região, há possibilidade de se desenvolver uma incontinência urinária.
Por outro lado, a contração da uretra também é comprometida nos seguintes casos:
Apesar de não ameaçar a vida dos pacientes, a incontinência urinária pode provocar infecções na região pélvica e comprometer o convívio social, com isolamento, quadros de depressão e vergonha. Por essa razão, recomenda-se o tratamento do distúrbio, para reduzir as chances de adoecimento psicossocial, que pode comprometer a qualidade de vida dos indivíduos com incontinência urinária.
Os tratamentos para incontinência urinária envolvem o diagnóstico da causa do problema, já que a cura de algumas doenças pode afetar diretamente no controle dos músculos da uretra e eliminação da urina. Por isso, é feito um levantamento do histórico do paciente, em conjunto com registros sobre a frequência da perda urinária.
Para a incontinência urinária por esforço, o tratamento recomendado é a cirurgia para reforço da musculatura do assoalho pélvico. Há possibilidade de cura com medicamentos e exercícios dos músculos, dependendo do caso.
A intervenção cirúrgica conhecida como “Sling” é uma das mais usadas para o tratamento de incontinência urinária. O procedimento insere um suporte para reforçar os ligamentos da uretra e, dessa maneira, promover o fechamento do órgão durante o esforço.
Pacientes com bexiga hiperativa são tratados com administração de toxina botulínica, diretamente no músculo da bexiga, ou estimulação elétrica dos nervos pélvicos (implante de um “marca-passo” na bexiga). Todos esses procedimentos são realizados somente com prescrição médica e acompanhamento de especialistas.
Sim, a incontinência urinária pode ser prevenida com algumas atividades simples no dia a dia. A melhor maneira é por meio do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, com exercícios de contração de 10 segundos e relaxamento, também por 10 segundos (exercício de Kegel). Recomenda-se a repetição por 10 vezes, durante três sessões diárias. O fortalecimento dos músculos irá melhorar o controle da micção.
Além da realização do exercício de Kegel, é importante adotar hábitos de vida saudáveis, incluindo uma dieta equilibrada, ingestão de líquidos, prática de atividades físicas regularmente e evitar o consumo de álcool, drogas e cigarro. Também é recomendável controlar o ganho de peso nas gestações, combater a prisão de ventre e não usar substâncias que possam causar irritação na bexiga.
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Material escrito por: Dr. Reginaldo Pereira Oliveira
- Urologista - CRM 650 RQE 5273
Formado em medicina pela UFSC e especialista em urologia Hospital Estadual Souza Aguiar, o Dr. Reginaldo Oliveira é professor de urologia desde 1969. Já foi presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a uroneurologia e disfunções miccionais. Ver Lattes