Por: Dr. Edemir Westphal - Urologista - CRM 1818 RQE 248
Publicado em 13/02/2017
As disfunções relacionadas ao assoalho pélvico podem ser prevenidas ou solucionadas com a fisioterapia uroginecológica. Exercícios específicos fortalecem os músculos desta região, que têm a função de controlar a eliminação da urina e das fezes, sustentar os órgãos pélvicos, como a bexiga, útero, reto e favorecer uma atividade sexual prazerosa.
O uroginecologista pode indicar a fisioterapia como primeira linha de tratamento para mulheres que enfrentam problemas como disfunções sexuais e dor pélvica, incontinência urinária (perda involuntária de urina), entre outros.
A incontinência urinária é a queixa mais comum das pacientes no consultório do especialista. Existem basicamente dois tipo de incontinência urinária (IU), a IU de esforço, ques está relacionada às atividades físicas, tosse e espirro e a IU de urgência, que é precedida de um desejo súbito e inadiável para urinar. Podendo também haver a associação de ambas.
As mulheres estão mais propensas a sofrer com a condição porque estão mais suscetíveis aos fatores de risco, como hipoestrogenismo, gestações e multiparidade.
A normalização do tônus muscular, ganho de força adequada e restabelecimento da função do assoalho pélvico por meio da fisioterapia devolve às mulheres o controle dos esfíncteres e pode controlar os episódios de perda involuntária de urina.
Os recursos usados para a recuperação e reforço da musculatura da região englobam exercícios para ganho ou melhora da força e resistência e estímulos elétricos (aparelhos específicos) para melhorar a consciência e tonificação do assoalho pélvico, diminuir a dor perineal ou inibir a atividade involuntária da musculatura da bexiga durante o seu enchimento (hiperatividade vesical). Assim podendo tratar tanto a incontinência urinária de esforço como de urgência.
Existem alterações posturais que influenciam diretamente no funcionamento do assoalho pélvico, que devem ser tratadas para evitar impactos negativos sobre o controle da função miccional.
A fisioterapia pode melhorar ou a curar a incontinência urinária, assim impactando positivamente na qualidade de vida da mulher. Outras vantagens são a reduzida incidência de efeitos adversos, o baixo custo (comparado aos tratamentos cirúrgicos), é um tratamento menos invasivo, além de ser o único método que não possui contraindicações.
Existem situações mais complexas nas quais a fisioterapia isoladamente não resolve a perda involuntária de urina, havendo a necessidade da associação de fármacos ou cirurgias. Os melhores resultados ocorrem quando a mulher está motivada, é assídua às sessões, perseverante e empenhada, pois a resolução do problema depende do esforço da própria paciente.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico mais fácil será de tratar a incontinência urinária. Os primeiros eventos de perdas urinárias, mesmo as pequenas perdas devem ser valorizadas e a mulher deve consultar-se com o médico uroginecologista, assim dessa forma preservando a sua qualidade de vida.
Material escrito por: Dr. Edemir Westphal
- Urologista - CRM 1818 RQE 248
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Edemir Westphal é especialista em urologia pelo Hospital Governador Celso Ramos e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Urologia.