Por: Dr. Nívio Pascoal Teixeira
Publicado em 21/05/2020
A vasectomia é um procedimento cirúrgico consolidado, sendo um dos métodos contraceptivos a longo prazo mais comuns da atualidade. A cirurgia é bem simples, sendo feita no aparelho genital, com o corte dos canais deferentes, que são os condutores que levam os espermatozóides do testículo até as vesículas seminais.
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Por meio da vasectomia, os espermatozoides não saem durante a ejaculação, por isso, as chances de concepção são quase nulas. A cirurgia é permanente, mas é possível tentar recuperar a fertilidade com a reconstituição dos condutos, embora o sucesso da cirurgia não seja preciso
O procedimento de esterilização masculina é indicado para homens acima de 25 anos ou que tenham, pelo menos, dois filhos vivos, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde.
Uma preocupação frequente dos homens é se a vasectomia pode falhar. O fato é que qualquer procedimento utilizado como meio de contracepção tem chance de não dar certo. O risco maior disso ocorrer, no caso da vasectomia, é:
Entretanto, a vasectomia ainda é considerada a intervenção mais eficaz. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que o número de vasectomias no Brasil cresceu mais de 300% nos últimos anos, com mais de 34 mil operações entre 2001 e 2017.
A falha na vasectomia pode ocorrer alguns dias depois do procedimento. Quando isso ocorre, o problema não está na intervenção cirúrgica, mas sim à permanência de alguns espermatozoides na parte do canal, que continuam com acesso ao sêmen.
Para ficar mais fácil de entender, tente imaginar dois canudos, por onde está passando areia. Essa areia vai se encontrar com a água, na outra ponta. Agora, tente visualizar o que acontece se, enquanto a areia está passando, alguém corta os canudos no meio?
A areia recém colocada no canudo, quando chega na parte em que foi feito o corte, é derramada em outro local, certo? Enquanto a areia que já estava próxima à água concluiu o percurso ou permanece acumulada no interior do canudo até ter a chance de entrar em contato com a água.
É mais ou menos isso que acontece na vasectomia.
Os espermatozóides novos, produzidos depois da cirurgia, percorrem os canais somente até a região do corte e se perdem no organismo porque não há mais a ligação natural. Mas os espermatozóides que já estavam no canal no momento da cirurgia, perto de ter contato com o sêmen, permanecem no local, esperando o momento da ejaculação.
Na outra situação em que a vasectomia pode falhar, ocorre a recanalização espontânea, ou seja, o organismo encontra meios de reconectar os canais. Nos poucos casos registrados, o reencontro natural dos canais aconteceu no primeiro ano da cirurgia.
Sem a realização do procedimento, as chances de um casal normal obter gravidez, por ciclo menstrual, são de aproximadamente 20%. Após um ano, mais de 80% dos casais conseguirão gravidez. Acredita-se que 15% dos casais tenham alguma dificuldade para atingir a gravidez, ou seja, tenha problemas de infertilidade.
Os médicos indicam aos homens usarem outro método contraceptivo nas primeiras relações sexuais que terão com as parceiras logo após a realização da vasectomia. Em geral, os especialistas recomendam aos pacientes que ejaculem cerca de 15 a 30 vezes para, somente um tempo depois, realizar um espermograma para verificar a ausência de gametas no esperma.
Ao ser confirmada a inexistência dos espermatozoides, o homem é liberado para se relacionar sexualmente sem o uso de qualquer método contraceptivo.
Apesar de a chance de reconexão ser mínima, o correto, para garantir que a vasectomia segue sendo efetiva, é repetir o exame de espermograma 12 meses depois da realização do procedimento cirúrgico.
Embora a vasectomia seja um procedimento cirúrgico simples e rápido (leva cerca de 30 minutos), é necessário encontrar um médico de confiança e com experiência para realizar o procedimento. Isso garante o sucesso da intervenção, as recomendações certas no pós-cirúrgico e os cuidados com a saúde do homem.
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Material escrito por: Dr. Nívio Pascoal Teixeira
- Urologista - CRM 4117 RQE 3175
O Dr. Nívio Pascoal é formado em medicina pela UFSC, especialista em urologia e em andrologia. Coordenou o Programa de Residência Médica em Urologia do Hospital Governador Celso Ramos, onde atualmente é urologista. Seus principais interesses são a andrologia, medicina sexual e reprodução humana.