Por: Dr. Ricardo Kupka da Silva - Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Publicado em 21/06/2022
21A cirurgia de circuncisão serve para remover o prepúcio (a pele retrátil que recobre a glande, mais conhecida como “cabeça” do pênis). Sua indicação se deve à comprovada redução da incidência de doenças urológicas. Isso porque, a intervenção facilita a higiene da genitália masculina, prevenindo diversas patologias.
Neste artigo, mostramos como o procedimento é realizado, quando é indicado e quais são suas principais vantagens e desvantagens. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
A cirurgia de circuncisão é uma intervenção antiga e praticada em todo o mundo. Atualmente, estima-se que mais de 80% da população masculina norte-americana seja circuncidada.
Mas, se por um lado existem diversos estudos ressaltando as vantagens do procedimento, por outro, há quem o considere desnecessário. Isso ocorre, principalmente, quando ele é realizado de maneira rotineira, em todos os meninos.
Assim, segundo a Academia Americana de Pediatras (AAP), os benefícios da prática em recém-nascidos superam os riscos envolvidos. Mas, também de acordo com a instituição, não são grandes o bastante para que seja recomendada a todos.
Do ponto de vista médico, a circuncisão é indicada para corrigir a fimose (incapacidade de retração prepucial e de exposição da glande) em jovens e adultos. Essa condição é considerada fator de risco para:
Além disso, o procedimento costuma ser recomendado para facilitar a cura de infecções de repetição. Isso porque, ele acaba com a umidade no local e facilita a higienização.
Já em crianças, a fimose é considerada normal, resolvendo-se de forma espontânea até por volta dos cinco anos de idade. Antes disso, o tratamento só é necessário se houver complicações, tais como infecções urinárias recorrentes, alterações de micção, entre outras.
A cirurgia de circuncisão é feita, basicamente, para separar o prepúcio da glande. Na prática, ela remove a pele solta que recobre a “cabeça” do pênis, para que ela seja exposta sem dificuldade.
Especialistas explicam que esse excesso de pele funciona como um reservatório para microrganismos prejudiciais à saúde. Seu contato prolongado com a mucosa peniana, por sua vez, facilita o acesso à corrente sanguínea, desencadeando uma série de problemas.
Dito isso, vamos à execução do procedimento. Existem duas técnicas possíveis: circuncisão anelar e postectomia.
Na circuncisão anelar, o médico coloca um anel de plástico que interrompe a circulação de sangue na região, provocando a morte da pele sobressalente. Sem irrigação, ela cai por conta própria.
Quando essa técnica é usada em bebês, a cirurgia costuma ser rápida. Ela é realizada em centros cirúrgicos, com sedação leve e, em cinco ou 10 minutos, é concluída. Já em adultos, o tempo necessário é de, aproximadamente, uma hora, com recuperação total de até uma semana.
Outra possibilidade é a realização da postectomia clássica (não indicada para bebês). Nesse caso, o procedimento é realizado com anestesia local ou geral. Para executá-lo, o cirurgião faz uma incisão no prepúcio e na mucosa, remove o excesso de pele e, em seguida, reconstrói a região do freio peniano.
Os principais benefícios da circuncisão são a redução dos riscos de desenvolver infecções no trato urinário e a menor chance de adquirir DST. E tem mais! Graças ao procedimento, diminuem também as chances de desenvolver câncer de pênis, assim como as de câncer cervical na parceira (câncer do colo do útero – provocado, principalmente, pelo HPV).
Outras vantagens são a prevenção a inflamações da glande e também do prepúcio (balanite e balanopostite). Além disso, o procedimento serve como tratamento para a parafimose, condição em que a pele não retorna para a posição original.
Mas, atenção: esses fatores não significam que homens não circuncidados não têm outras alternativas para se proteger contra as doenças e infecções no pênis. Vale lembrar que boas condições de saúde também podem ser obtidas com a higienização adequada e o uso de preservativos.
Os riscos envolvidos na circuncisão vão desde dor até a possibilidade de hemorragia e infecção na região operada. Além disso, podem ocorrer problemas como irritação na glande e inflamação na abertura que leva à uretra. No entanto, quando corretamente indicada e feita em uma clínica de referência, por profissionais preparados e em ambientes adequados, as chances complicações são mínimas.
O fato é que a realização, ou não, é uma decisão que depende dos pais, no caso dos bebês, e do próprio homem, quando jovem ou adulto. As informações específicas, relacionadas a cada caso, são mais assertivas quando obtidas com o respectivo pediatra ou urologista. Afinal, a orientação especializada é a melhor forma de definir quando é preciso realizar uma cirurgia de circuncisão ou qualquer outro procedimento!
Em caso de dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato. Se preferir, agende uma consulta e faça uma avaliação individual. Para isso, basta preencher o formulário online, nos ligar (48 3223-5550) ou chamar no WhatsApp!
Material escrito por: Dr. Ricardo Kupka da Silva
- Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Dr. Ricardo Kupka é formado em medicina pela UFSC. Especialista em urologia e cirurgia geral no Hospital Governador Celso Ramos. Realizou fellowship em Uro-Oncologia pela USP e Hospital Sírio Libanês, e o doutorado em Urologia na USP. É membro da NeuUro - Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Seus principais interesses são urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes