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Por: - Urologista - CRM 650 RQE 5273
Publicado em 27/11/2015 - Atualizado 30/08/2023

Infecção urinária de repetição precisa ser avaliada por um especialista

Infecção urinária de repetição precisa ser avaliada por um especialista

Preste atenção quando for ao banheiro. Caso for urinar e sentir dor ou ardência, acenda o sinal de alerta. O sintoma é um dos que identifica a infecção urinária, doença três vezes mais frequente entre as mulheres, mas que também atinge os homens e precisa ser tratada para evitar complicações.

Outros sinais da infecção urinária são a necessidade de ir ao banheiro repetidas vezes no mesmo dia, com pouco volume de urina, cheiro desagradável e incômodo na região da bexiga. As queixas são o principal motivo para o agendamento de consultas médicas. Às vezes até mais de uma vez ao ano. Esses são os casos de infecção urinária por repetição, caracterizada pela presença de dois ou mais episódios de infecção urinária em seis meses ou três ou mais episódios ao ano após a cura da primeira infecção.

Por que a infecção urinária de repetição acontece?

O retorno ao médico por causa do mesmo problema pode acontecer pela falha no tratamento da primeira infecção diagnosticada. Não sendo este o caso, torna-se necessária a realização de mais exames para avaliar outras condições que podem estar causando a doença.

A presença de bactérias, fungos ou vírus em qualquer parte do trato urinário é a causa da infecção. Em 90% dos casos a bactéria Escherichia coli é a responsável pela doença. A baixa ingestão de água, a utilização de absorvente interno, o uso de roupas íntimas que não são de algodão e métodos contraceptivos como diafragma ou espermicida são fatores que facilitam o acesso dos micro-organismos à parte interna do corpo. As relações sexuais também favorecem o desencadeamento da doença, pois podem ocasionar pequenos traumas na região genital que predispõe, primordialmente, as mulheres com vida sexual ativa à infecção urinária.

É possível evitar que a infecção se repita?

Quem já teve a doença ao menos uma vez deve estar sempre atento e realizar exames de cultura de urina de forma frequente. A adoção de alguns hábitos pode atuar na prevenção da doença:

  • aumentar a ingestão de água todos os dias;
  • as mulheres precisam cuidar para higienizar a vulva e a região perianal da frente para trás, para prevenir a passagem de bactérias do ânus para a vagina. Só é preciso ter cuidado porque a higiene íntima em excesso pode desequilibrar a flora bacteriana vaginal e fazer com que as formas mais agressivas das bactérias predominem, aumentando a chance de infecções;
  • cuidar da saúde do intestino para que funcione regularmente, pois a presença de fezes no reto ocasionada pela prisão de ventre aumenta a probabilidade de contaminação urinária;
  • evitar manter a bexiga cheia por muito tempo;
  • as mulheres devem dar preferência às calcinhas de algodão e evitar usar calças justas, como o jeans;
    higienizar a área genital antes da relação sexual e urinar após o ato para expulsar as bactérias que possam ter penetrado na uretra e na bexiga durante a relação;
  • usar sempre preservativo nas relações.

É perigoso não tratar?

A falta de tratamento da infecção urinária de repetição pode causar machucados na bexiga. Também pode afetar os rins, gerando o risco de septicemia (infecção generalizada grave) e em pessoas que fizeram transplante renal há o risco de ocasionar insuficiência.

Identificar corretamente qual o agente causador da infecção é essencial para combatê-la adequadamente. Somente um médico pode diagnosticar com mais precisão quando o caso exige ou não mais atenção. O importante é não esperar por um novo episódio para procurar um especialista.

Problemas no trato urinário são comuns e tratáveis. Neste outro artigo há mais informações sobre alguns deles: Incômodos no sistema urinário são assunto para o médico Urologista.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 650 RQE 5273

Formado em medicina pela UFSC e especialista em urologia Hospital Estadual Souza Aguiar, o Dr. Reginaldo Oliveira é professor de urologia desde 1969. Já foi presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a uroneurologia e disfunções miccionais.   Ver Lattes