Tratamentos

Câncer de Rim

Bastante infrequente em pessoas com menos de 45 anos e com incidência mais comum acima dos 64 anos, o câncer de rim é um dos 10 tipos de câncer mais comuns em todo o mundo. Geralmente, são descobertos ao acaso, durante a realização de exames que investigam sintomas como dor lombar e hematúria (sangue na urina), ou qualquer outra queixa abdominal.

O câncer de rim tem sua evolução habitual de forma lenta e, algumas vezes, descobre-se seu desenvolvimento em um estágio avançado. Os principais sintomas são a presença de massa abdominal palpável, dor lombar e de hematúria, além de emagrecimento acelerado, que costumam aparecer em casos mais desenvolvidos da doença.

O tratamento da doença, no entanto, depende de vários fatores, como o estágio do tumor, e deve ser decidido também levando-se em conta as necessidades de cada paciente e os possíveis efeitos colaterais.

Após o tratamento do câncer renal, é necessário o acompanhamento médico por boa parte da vida. Esse acompanhamento consiste em avaliação médica regular, exames laboratoriais e radiológicos. Normalmente, os tumores que exigem controle mais exigente são os de estágios avançados. O médico urologista irá determinar a periodicidade do acompanhamento e instruir como o paciente deve viver a rotina após o tratamento.

Apesar de o Instituto Nacional do Câncer (Inca) não oferecer dados estatísticos a respeito deste tipo específico de câncer, um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamado Globocan mostrou que, em 2012, mais de seis mil brasileiros foram diagnosticados com câncer de rim, a maioria do sexo masculino.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), no entanto, os números podem ser bem maiores, entre 14 e 20 mil casos anuais no Brasil, configurando a terceira causa mais comum de tumor do trato urinário.

Estima-se que uma em cada 63 pessoas (1,6%) corre o risco de desenvolver câncer de rim, sendo que homens têm maior chance de serem afetados pelo tumor do que as mulheres.

Desde a década de 1990, tem sido percebido um aumento na taxa de incidência da doença. Esse aumento pode ter relação com o maior número de exames de imagem rotineiros e mais precisos que as pessoas têm realizado para cuidar da saúde, como a tomografia computadorizada. Esses exames são capazes de detectar tipos de cânceres nos rins que antes não eram diagnosticados. Curiosamente, também desde a década de 1990, a taxa de mortalidade por câncer de rim tem sofrido uma leve diminuição, talvez pela maior facilidade no diagnóstico precoce e tratamento.

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Geralmente, o passo inicial para a detecção de um tumor em um ou em ambos os rins é a ultrassonografia. Depois, é feito um estudo aprimorado com tomografia computadorizada e, eventualmente, ressonância nuclear magnética. A partir do resultado desses exames, torna-se possível averiguar com detalhes o tamanho e localização do tumor, a anatomia renal, sua relação com outros órgãos e estruturas e a possibilidade da presença de doença à distância (metástase).

Mas atenção! Nem todo nódulo renal identificado pela ultrassonografia significa que a pessoa tem câncer. Alguns nódulos são benignos. A tomografia computadorizada consegue eximir esta dúvida na maioria dos casos, definindo a conduta a ser tomada. Quando a dúvida persiste ou em situações mais específicas, pode-se recorrer a outros exames de imagem ou a uma biópsia do nódulo suspeito.

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Causas da transformação das células que provocam o câncer de rim ainda não são bem conhecidas

Ainda não se sabe bem como as células renais transformam-se em células cancerosas, apesar de que alguns fatores de risco devam ser levados em consideração, ainda que não sejam causa direta da doença:

 

  • obesidade;
  • tabagismo;
  • exposição ocupacional a certas substâncias (como cádmio, solventes e herbicidas);
  • pressão alta;
  • histórico familiar;
  • alguns medicamentos;
  • alterações genéticas herdadas ou adquiridas.

 

Os principais sintomas são dor lombar de apenas um lado, sangue na urina, fadiga, perda de apetite, febre, perda de peso, anemia e massa ou aumento de volume na parte lateral ou inferior das costas. Apesar destes e outros sintomas menores também poderem ser causados por diversas outras doenças, a orientação é que um médico seja procurado sempre que algum desses sinais aparecerem.

Tratamentos podem ser combinados

De acordo com a SBU, o câncer de rim pode se manifestar de duas formas:

 

  1. como tumor do parênquima (carcinoma de células renais);
  2. como tumor do sistema excretor (tumores de vias urinárias).

 

Entre os tratamentos para os casos de tumores parenquimatosos, estão a vigilância ativa, a cirurgia, a ablação e outras terapias locais, a quimioterapia, a radioterapia, a imunoterapia ou terapia biológica e a terapia alvo, ou ainda uma ação combinada de duas ou mais terapias. Em todos os casos o tratamento deverá incluir uma equipe de especialistas formada por urologista, oncologista clínico, radioterapeuta e ainda nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.

Vigilância ativa

Usada em pacientes muito idosos e/ou muito debilitados, que tenham tumores menores de quatro centímetros, para serem removidos apenas após este tamanho.

Ablação e outras terapias locais

Têm por objetivo destruir o tumor em pacientes que não tenham condições clínicas para uma cirurgia, ou que apresentem doença pequena e pouco agressiva. A ablação por radiofrequência aquece o tumor por ondas de rádio de alta frequência, até destruir as células cancerígenas. Utiliza uma sonda fina, que é introduzida através da pele até o rim, guiada por tomografia computadorizada ou ultrassom.

A crioterapia, por sua vez, também chamada de crioablação, é o oposto. Com essa técnica, procura-se destruir o tumor por gases muito frios, que são introduzidos no organismo através de uma sonda para congelar as células doentes.

Já a embolização arterial bloqueia a artéria que alimenta o rim doente com o auxílio de um cateter, que é inserido por meio de uma artéria na perna. É um processo mais raro, normalmente usado antes da cirurgia para evitar grandes riscos de hemorragia.

Cirurgia

É o tratamento principal e mais importante para a maioria dos casos de câncer de rim, até mesmo quando há metástase (disseminação das células cancerígenas para outros órgãos).

Entre as opções estão a remoção do rim (nefrectomia radical) ou apenas a remoção do tumor com uma margem de tecido saudável, preservando o restante do rim (nefrectomia parcial). Ambos os procedimentos podem ser realizados por via aberta ou, quando possível, por via videolaparoscópica (através de pequenos orifícios no abdômen).

Tumores pequenos e de baixa agressividade, ou casos de pacientes com baixa expectativa de vida por múltiplas doenças, podem ser acompanhados pela equipe médica sem que a cirurgia seja realizada, enquanto é feita a observação da evolução do caso. Em casos avançados, é possível, ainda, realizar a cirurgia citorredutora, que remove o máximo possível do tumor visível, ou a cirurgia para metástases, quando o tumor se disseminou para fora do rim.

nefrectomia

As indicações são precisas e devem ser avaliadas individualmente, mas, em linhas gerais, as nefrectomias parciais são preferíveis e indicadas para tumores pequenos e localizados na periferia dos rins. A retirada completa da lesão ainda em estágio inicial é o único tratamento potencialmente curativo.

 

A linfadenectomia regional, na qual são removidos os gânglios linfáticos para análise mais precisa, pode ser necessária no momento da cirurgia, bem como a adrenalectomia, que é a remoção da glândula adrenal, realizada preferencialmente quando ela está acometida ou tem elevado risco de comprometimento pelo tumor.

 

A remoção de metástases, que costuma ocorrer em parte dos pacientes diagnosticados, pode ser necessária quando pequenos tumores são retirados de outros órgãos afetados pela doença, podendo ser curativa ou até mesmo como tratamento paliativo, para alívio da dor e de outros sintomas.

 

As principais complicações de uma cirurgia por câncer renal são infecção e sangramento, pois pacientes com a saúde já debilitada podem não responder bem ao procedimento cirúrgico, além do comprometimento da função renal. Portanto, a definição de realizar a cirurgia e por qual via de acesso será sempre individualizada.

Radioterapia

Radiações ionizantes procuram destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas com esse tratamento. É sabido que o câncer de rim primário quase não responde ao tratamento radioterápico, entretanto, suas metástases podem apresentar melhores respostas, sendo assim utilizado para o alívio de seus sintomas locais, como dor óssea ou compressão de tecidos nervosos.

Quimioterapia

Estes tipos de tumores nos rins são resistentes à quimioterapia. Em apenas 10% dos casos há algum grau de resposta significativa. De qualquer forma, quando o tratamento é realizado, é para que as células tumorais sejam destruídas através de medicamentos anticancerígenos. O porém é que eles também atingem as células sadias, por ser um tratamento sistêmico.

 

Os fármacos da quimioterapia podem ser administrados por via venosa ou oral, em ciclos, seguidos de períodos de descanso. Alguns dos efeitos colaterais que causam são queda de cabelo, perda de apetite, infecções, sangramentos, náuseas e vômitos, etc..

Imunoterapia

é uma terapia de resposta biológica que ativa o sistema imunológico, mobilizando as defesas naturais do organismo para combater as células cancerígenas. A estimulação do sistema imunológico para o combate às células doentes é feita a partir do uso de drogas como acitocinas, proteínas conhecidas como interferon-alfa e interleucina-2. No entanto, apenas um pequeno percentual de pacientes submetidos a imunoterapia é capaz de reduzir o tumor.

Terapia alvo

São novos medicamentos, que têm muito menos efeitos colaterais, apresentam melhores respostas de combate aos tumores, além de serem bem melhor tolerados quando comparados aos quimioterápicos. Indicados em casos de doença metastática, as principais drogas utilizadas são administradas para retardar o desenvolvimento em estágios já avançados da doença, bloquear a proteína celular, reduzindo a velocidade da divisão celular e impedir o aparecimento de novos vasos sanguíneos.

Lembre-se de que o diagnóstico precoce ainda é o melhor tratamento contra qualquer tipo de câncer. Portanto, marque uma consulta com um especialista e previna-se!

Nesta avaliação, procure levar o máximo de informações referentes ao seu histórico de saúde, juntamente com todos os exames e medicações em uso. Considere levar um familiar ou amigo, para que o máximo de informações sejam absorvidas. O tratamento de câncer de rim tem possibilidades de cura na maioria dos casos!

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