Por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
Publicado em 01/12/2023 - Atualizado 30/11/2023
A disfunção erétil (DE) é uma condição que afeta milhões de homens em todo o mundo, sendo um tema muitas vezes envolto em desinformação. Neste artigo, vamos abordar os principais mitos e verdades sobre disfunção erétil, promovendo a compreensão sobre o tema.
Também conhecida como impotência sexual, a disfunção erétil é definida como a incapacidade persistente de obter ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória. É uma condição complexa, que pode ter diversas causas, tanto físicas quanto psicológicas.
O Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB), conduzido pela psiquiatra Carmita Abdo entre novembro de 2002 e fevereiro de 2003, mostrou resultados interessantes. Ele apontou a prevalência de disfunção erétil em 45,1% dos 2.862 homens de 18 grandes cidades de todas as regiões do país que contribuíram com o Estudo.
Sabe-se que o receio de um desempenho sexual insatisfatório assombra os homens em qualquer idade. As imposições da sociedade e consensos equivocados como o de que “homem que é homem nunca falha”, reforçam a permanência do problema, assim como a falta de conhecimento sobre o que está ou não relacionado às causas do problema.
A internet é uma ferramenta facilitadora quando queremos pesquisar algo, porém existem muitas informações disponíveis online, que podem fornecer resultados de fontes não especializadas.
Embora a facilidade de acesso à informação seja notável, a qualidade e precisão nem sempre são garantidas. Pensando em elucidar algumas dessas informações, elencamos alguns mitos e verdades sobre disfunção erétil.
Mito. Não é porque o homem teve um, dois ou poucos problemas na relação sexual que ele pode ser considerado impotente. A impotência ou disfunção erétil é diagnosticada após um estudo clínico prolongado para confirmar a existência ou não do problema.
Verdade. Conforme os anos passam, ocorrem alterações nas fibras de colágeno do pênis e na capacidade de irrigação de sangue para o órgão, o que ocasiona perda da qualidade da ereção. A boa notícia é de que isso não é um problema para todos os homens e há tratamento.
Mito. Os homens podem ter diversos problemas de ereção que vão desde uma ereção rápida, até uma ereção na qual a penetração é insuficiente por falta de rigidez. O médico urologista adequa o tratamento para o caso de cada paciente.
Verdade. Existem doenças que comprometem a qualidade de ereção do homem e a depressão é uma delas. Outros distúrbios que também podem ter influência negativa na qualidade da ereção são: diabete e hipertensão. Quando não é feito o controle sobre essas doenças, aumentam os problemas relacionados a elas.
Verdade. Qualquer doença que interfere no sistema cardiovascular, podem comprometer a ereção do homem. O controle desses fatores colaboram para a diminuição dos problemas de ereção relacionados às doenças.
Verdade. A ingestão excessiva de álcool ocasiona problemas de ereção em 2/3 dos homens que consomem álcool de forma exagerada. Já o tabagismo, segundo a SBU, afeta a saúde das artérias e acelera a doença aterosclerótica, fatores de risco importantíssimos para a disfunção erétil.
Mito. A vasectomia não tem influência na qualidade da ereção dos homens. A vasectomia é apenas uma cirurgia para esterilizar os homens e impedir a liberação de espermatozoides na ejaculação.
Mito. Qualquer medicamento usado sem orientação médica pode fazer mal. O uso irregular, em que não há prescrição médica, potencializa as chances de desenvolver problemas de saúde ocasionados pelo uso indevido da medicação.
Sem contar que é preciso tomar cuidado com as interações medicamentosas. Por exemplo, esses remédios não podem ser usados com determinados medicamentos para problemas de coração, pelo risco de gerar problemas sérios de saúde.
Verdade. A correção das causas que ocasionam a disfunção erétil iniciam pelo controle de algumas doenças e mudanças de hábitos de vida, como menor consumo do álcool, abandono do tabagismo e controle do peso.
Esses fatores podem ter um efeito importante sobre a melhora da ereção. Quando o resultado esperado não é conquistado pela medicação e pela alteração do comportamento, há tratamentos feitos via oral, ou por meio de injeções, que podem ter impacto positivo sobre a disfunção.
Verdade. Quando o organismo masculino não responde mais aos medicamentos, a outras possibilidades são as injeções no pênis, as ondas de choque e a cirurgia de prótese peniana. A cirurgia recupera a capacidade de ereção de forma definitiva.
Muitos homens hesitam em procurar ajuda profissional ao enfrentar problemas de disfunção erétil, seja por constrangimento, desinformação ou receio do diagnóstico. No entanto, é fundamental desmistificar esse tabu e destacar a importância de buscar assistência médica especializada.
O preconceito associado a disfunção erétil faz com que os homens adiem frequentemente a busca por ajuda. A ideia equivocada de que a virilidade está diretamente ligada à capacidade sexual pode gerar ansiedade e constrangimento.
No entanto, é importante compreender que a disfunção erétil é uma condição médica com tratamentos eficazes, e a consulta a um profissional de saúde é o primeiro passo para uma solução.
Se você tem dúvidas ou gostaria de obter orientações individualizadas sobre a disfunção erétil, não hesite em entrar em contato com a Uromed. Nossa equipe de profissionais especializados está pronta para fornecer suporte e informações relevantes para ajudá-lo a entender e abordar essa questão delicada. Consulte nossa página de perguntas e respostas sobre esse tema e tire suas dúvidas.
Material escrito por: Dr. Jovânio Fernandes da Rosa
- Urologista - CRM 9576 RQE 6654
Dr. Jovânio é formado em medicina pela UFPel, é especialista em reprodução humana pela Unifesp. É membro da Sociedade Brasileira de Urologia e Membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual. Entre 2013 e 2018 foi Conselheiro Suplente do CRM-SC. Seus principais interesses são a andrologia, medicina sexual e reprodução humana.