Por: Dr. Ivam Moritz Martins da Silva - Urologista - CRM 2965 RQE 218
Publicado em 10/08/2022 - Atualizado 19/07/2023
A candidíase no homem é uma das doenças penianas que podem trazer mais desconforto para eles. Ela provoca, entre outros sintomas, coceira, dor e vermelhidão nas áreas íntimas. Mas, apesar da patologia, geralmente, surgir após relações sexuais, ela não é considerada uma DST. Trata-se, na verdade, de uma infecção de origem fúngica.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura e entenda porque o problema ocorre, como se manifesta e quais as formas de tratamento.
Antes de falarmos, especificamente, sobre a candidíase masculina, é importante entendermos mais sobre a doença. Essa patologia é causada pelo fungo Candida, o qual se encontra presente na pele, nas mucosas e no trato gastrointestinal de cerca de 80% da população.
Quando em equilíbrio, a presença do Candida não faz mal nenhum para o organismo, pois ele é facilmente controlado pelo sistema imunológico. O problema ocorre quando o fungo aumenta mais do que deveria, geralmente, devido à imunidade baixa.
Essa, por sua vez, pode estar ligada ao uso de antibióticos, medicações imunossupressoras e/ou glicocorticoides, bem como à realização de tratamento quimioterápico. Outros fatores, como desnutrição, alimentação que deixe o corpo excessivamente ácido ou consumo de drogas consideradas “pesadas”, também têm relação. Além disso, a falta de higiene, ficar com roupas íntimas úmidas e/ou transpirar muito na região ou, até mesmo, o uso de fraldas (pediátricas ou geriátricas) são potenciais agravantes.
Fatores de risco para a candidíase peniana:
Nesses casos, o fungo encontra um ambiente propício para se proliferar, podendo infestar a pele, as mucosas e, se não tratado, até órgãos e tecidos mais profundos. Com isso, desencadeia uma reação inflamatória.
Mas, atenção: sua manifestação, apesar de poder ocorrer em qualquer pessoa, é mais comum no organismo feminino. Para se ter noção, cerca de 75% das mulheres desenvolvem candidíase em algum momento da vida. Dessas, 5% apresentam casos recorrentes, com quatro ou mais episódios em um período de 12 meses.
No homem adulto, na maioria das vezes, a candidíase não é adquirida por meio do contato com outras pessoas. Na verdade, sua ocorrência tem relação direta com a imunidade individual. Assim, a doença se manifesta porque o organismo não consegue controlar, adequadamente, a proliferação da população de Candida.
No entanto, quando se trata da candidíase peniana, o contágio também pode se dar devido ao contato íntimo com uma pessoa com a doença. Ou seja, ela pode ser transmitida por via sexual — principalmente, quando a parceira apresenta episódios recorrentes de candidíase vaginal.
Estima-se que entre 15 a 25% dos homens tenham candidíase peniana. Desses, apenas um terço demonstra sinais perceptíveis.
A doença pode se manifestar de diferentes formas, afetando apenas as áreas íntimas ou, em pacientes com a imunidade ainda mais comprometida, até mesmo a boca e os órgãos internos. Em geral, os sintomas iniciais são semelhantes aos de uma infecção sexualmente transmissível (IST), agravando-se com o tempo.
Sintomas da candidíase no homem:
O tratamento da candidíase masculina deve ser realizado por um urologista. Para isso, o especialista irá examinar a área, de modo a garantir que esse seja, realmente, o diagnóstico. Afinal, como mostrado, os sintomas são semelhantes aos de diversas ISTs, assim como aos de outras doenças também causadas por fungos.
A confirmação é feita por exames laboratoriais. Geralmente, realiza-se a raspagem de uma amostra da lesão, a qual segue para análise microscópica. Se confirmada, o médico pode recomendar:
Ao mesmo tempo, é importante que ocorram algumas mudanças de hábitos. Para dificultar a proliferação do Candida, deve-se pôr em prática ações como:
Por fim, é muito importante interromper as atividades sexuais durante o tratamento. Isso porque, quando a infecção está em alta, além do maior risco de contaminar outras pessoas, o desconforto piora.
É preciso ficar claro que o não tratamento da candidíase no homem pode trazer diversas complicações. Uma delas é a balanite (ou balanopostite por cândida), uma inflamação na glande e/ou no prepúcio. Essa pode levar ao surgimento de cicatrizes, as quais deixam a pele do pênis menos retrátil, o que pode desencadear um quadro de fimose.
Outro problema relacionado à falta de tratamento é a candidemia, também chamada de candidíase invasiva. Ela ocorre quando o fungo vai para a corrente sanguínea e começa a se espalhar para as demais partes do corpo. Normalmente, esse tipo de complicação surge em pacientes que demoram muito para procurar tratamento ou têm o sistema imunológico bastante debilitado.
Em ambos os casos, deve-se procurar um médico com urgência. O especialista irá confirmar o quadro e iniciar o tratamento com antifúngicos orais o mais rápido possível.
Para concluir, aos primeiros sinais suspeitos, dirija-se ao urologista e faça uma avaliação. Dessa maneira, pode-se evitar maiores desconfortos voltar à rotina regular o quanto antes. O importante é não demorar — pois, como mostramos, a candidíase no homem pode se tornar grave!
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Material escrito por: Dr. Ivam Moritz Martins da Silva
- Urologista - CRM 2965 RQE 218
O Dr. Ivam Moritz é formado em medicina pela UFSC e especialista em urologia pelo Hospital Governador Celso Ramos. Seu principal interesse é a Urologia Geral.