Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 07/08/2020
O câncer de rim está entre os dez tipos de cânceres mais frequentes em homens e mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença tem uma alta taxa de mortalidade e, por esse motivo, o diagnóstico precoce tornar-se imprescindível para o sucesso do tratamento.
O Ministério da Saúde afirma que o câncer de rim mais comum, que corresponde a aproximadamente 75% dos casos, é o carcinoma renal de células claras (CRNN), com a transformação das células dos túbulos que formam os néfrons.
A incidência é de 7 a 10 casos para cada 100 mil brasileiros. O prognóstico desse tipo de câncer depende de muitos fatores, mas principalmente da idade e da rapidez no diagnóstico.
No artigo de hoje, conheça mais sobre o câncer de rim e como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença. Acompanhe a leitura!
O câncer de rim é normalmente associado com a transformação e multiplicação anormal das células que formam os néfrons, responsáveis pela filtração e formação da urina, dando origem ao tumor. Em alguns casos, a doença pode se agravar e atingir outros órgãos e partes do corpo (metástase).
A neoplasia representa 3% de todos os tumores, sendo mais comum em pessoas entre 50 e 70 anos. Em quase 70% dos casos, o câncer de rim é descoberto na fase inicial, durante a realização de exames para dor lombar e hematúria (sangue na urina).
A evolução da doença é lenta e progressiva, por isso, o diagnóstico precoce é a melhor forma de evitar a metástase e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Nas fases iniciais, o câncer de rim pode não gerar sintomas aparentes e, por causa disso, pessoas a partir dos 50 anos devem manter a rotina de exames com periodicidade. Contudo, quando presentes, os sinais mais comuns são:
Em alguns casos, o paciente também pode ter febre e aumento no volume do abdômen. Ao apresentar qualquer um desses sintomas, é importante entrar em contato com um médico urologista quanto antes.
O câncer de rim divide-se em 5 principais neoplasias (do mais frequente para o menos):
O câncer de rim mais comum é o carcinoma de células renais (CRR) esporádico, isto é, o desenvolvimento ocorre por uma fatalidade, ao acaso. Porém, cerca de 2 a 5% dos casos podem ser identificados como CCR familiar ou hereditário.
A doença genética também pode estar associada a Síndrome de von Hippel-Lindau e a Síndrome de Birt-Hogg-Dubé, com apresentação de tumores múltiplos e bilaterais.
Saiba mais sobre as neoplasias renais: Conheça todos os tipos de câncer no rim
Em geral, o diagnóstico de câncer de rim é feito por exames de imagem, como a ultrassonografia. No entanto, é preciso realizar um estudo aprimorado com tomografia computadorizada e ressonância magnética, a fim de analisar os detalhes, como tamanho e a localização do tumor.
Além disso, os procedimentos também avaliam a relação do câncer com outros órgãos e estruturas, já que há a possibilidade da doença evoluir para uma metástase.
As alternativas de tratamento surgem a partir do exame diagnóstico e a confirmação do tumor renal.
O câncer de rim pode se manifestar de duas formas: como tumor do parênquima (carcinoma de células renais) ou no sistema excretor (nas vias urinárias). Os tratamentos para a doença envolvem a vigilância ativa, a cirurgia, a ablação e terapias locais, como quimio, radio, imunoterapia ou uma ação combinada entre os procedimentos.
Saiba mais sobre os tratamentos: Tratamento do câncer de rim
Os tumores pequenos e de baixa agressividade podem ser acompanhados por uma equipe médica, sem a necessidade de cirurgia. Nos casos mais avançados, recomenda-se a intervenção citorredutora, que remove os tumores visíveis, ou para metástases.
Em todos os casos, é necessário que o tratamento para câncer de rim seja feito por uma equipe de urologistas, médicos e enfermeiros especializados.
Mesmo após a cirurgia, os pacientes são capazes de viver normalmente com apenas um rim, que é suficiente para manter o organismo funcionando. Normalmente, pode haver um leve grau de insuficiência renal, mas nada que exija grandes preocupações.
Ou seja, é possível ter qualidade de vida após o tratamento para câncer de rim, desde que o paciente faça o acompanhamento corretamente.
Leia mais em: Como o câncer de rim pode ser combatido?
A maior parte dos cânceres é causada por fatores externos, mas a genética também pode contribuir com a doença. Embora o câncer de rim não tenha uma origem definida, alguns hábitos podem ajudar na prevenção contra a enfermidade, incluindo:
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Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes