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Por: - Urologista - CRM 5471 RQE 1892
Publicado em 01/01/2024 - Atualizado 20/12/2023

Bexiga hiperativa também pode ser tratada com toxina botulínica

Bexiga hiperativa também pode ser tratada com toxina botulínica

bexiga hiperativa é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, impactando significativamente a qualidade de vida daqueles que a enfrentam. Caracterizada por sintomas que podem ser debilitantes e desconfortáveis, essa condição pode ser tratada com a toxina botulínica.

Quando se ouve falar em toxina botulínica, o primeiro pensamento é em relação ao uso da substância para fins estéticos, como na correção das rugas faciais. Quem acredita que a toxina serve apenas para amenizar e prevenir as marcas de expressão na face está enganado.

Devido à sua efetividade, segurança e efeito transitório, a toxina é usada no tratamento de inúmeras doenças, como a bexiga hiperativa. Neste artigo, vamos entender o que é a bexiga hiperativa e como a toxina botulínica pode ser uma ótima opção de tratamento.

O que é a bexiga hiperativa?

A bexiga hiperativa é uma condição do trato urinário definida por contrações involuntárias e incontroláveis da parede da bexiga. Essas contrações criam uma sensação de urgência repentina e intensa para urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia, podendo levar a episódios de incontinência urinária, nos quais há perda involuntária de urina.

É essencial entender que a bexiga hiperativa é um distúrbio funcional, não uma doença específica. Isso significa que não é causada por uma condição estrutural na bexiga, mas sim por uma disfunção no controle neuromuscular da bexiga.

Sua principal característica é a necessidade de ir inúmeras vezes ao banheiro, tanto no período diurno como noturno, associada aos sintomas relatados acima. Essa condição pode ser classificada segundo suas causas:

  • bexiga hiperativa idiopática: quando a doença não tem causa definida;
  • bexiga hiperativa neuropática: quando é resultado de uma doença neurológica, como derrame (AVC), Alzheimer, Parkinson e traumatismo raquimedular.

O diagnóstico é geralmente feito com base nos sintomas relatados pelo paciente. Exame físico e, às vezes, testes adicionais, como exames de urina, ultrassonografia, estudo urodinâmico ou cistoscopia, são fundamentais para descartar outras condições que possam apresentar sintomas semelhantes.

Tratamentos convencionais nem sempre resolvem o problema

A bexiga hiperativa é geralmente tratada de forma conservadora, por meio do uso de medicamentos. Porém, estas medicações têm uso limitado eventualmente por sua eficácia moderada associada aos efeitos colaterais (boca seca, constipação, cefaleia e náuseas) que não são bem tolerados por alguns pacientes.

Outra forma de amenizar o problema na fase inicial do tratamento é adequar a ingestão de líquidos e realizar exercícios com a musculatura. Nos casos em que a resposta a estas condutas não é satisfatória, pode haver a indicação da aplicação da toxina botulínica.

Por que a toxina botulínica é uma boa alternativa de tratamento

Bexiga hiperativa também pode ser tratada com toxina botulínica

Nos últimos anos a toxina botulínica tem se tornado uma opção para o tratamento de algumas disfunções do trato urinário, como, por exemplo, a síndrome da bexiga hiperativa.

Seu mecanismo de ação consiste em causar paralisia ao ser injetada no músculo. A injeção localizada e seletiva produz bloqueio muscular específico e desejado, sem afetar outros órgãos, ou mesmo músculos vizinhos.

O efeito imediato percebido logo após a aplicação da substância é:

  • o aumento da capacidade de armazenamento urinário da bexiga;
  • melhor controle voluntário;
  • diminuição dos episódios de perdas urinárias ou urge-incontinência.

Esse método apresenta melhora dos sintomas, acarretando um ganho na qualidade de vida dos pacientes. Mas é preciso alertar que o efeito da toxina botulínica é transitório e dose-dependente, o que torna o tratamento individualizado.

Não existem fontes que afirmam que o uso da toxina no sistema urinário cause efeitos colaterais. No entanto, o recomendado é de que o intervalo entre as aplicações seja de, pelo menos, três meses e de que seja utilizada a menor dose efetiva possível, também como forma de prevenção à imunorresistência.

O profissional mais indicado para diagnosticar e prescrever o melhor tratamento para a bexiga hiperativa é o médico urologista. O especialista cuida das disfunções miccionais, entre outros problemas, e poder conceder as melhores orientações acerca dos incômodos no sistema urinário.

Se você ou alguém que você conhece está lidando com a bexiga hiperativa e tem dúvidas sobre o tratamento com toxina botulínica, não hesite em entrar em contato com a Uromed. Nossa equipe de profissionais está à disposição para fornecer orientações personalizadas e informações adicionais sobre esse tema.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 5471 RQE 1892

Formado em medicina e mestre em ciências médicas pela UFSC, o Dr. Edibert Melchert é especializado em endourologia e videolaparoscopia. Foi coordenador do Departamento de Endourologia da Sociedade Brasileira de Urologia e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC.   Ver Lattes