Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 05/11/2025
Engana-se quem pensa que apenas as mulheres precisam de reposição hormonal. Por volta dos 40 anos de idade, os níveis de testosterona no organismo masculino começam a diminuir lenta e gradualmente, intensificando-se com o envelhecimento. Com isso, surge uma série de sintomas, que interferem na saúde e qualidade de vida.
Neste artigo, mostramos quais são os principais incômodos relacionados ao problema, como é o seu diagnóstico e quando a realização de reposição hormonal pode ser benéfica. Vale a pena conferir!
Muitos homens só desconfiam da queda na produção de testosterona quando aparecem os primeiros sintomas. São esses que os levam a procurar ajuda médica, justamente, para entender o que está acontecendo.
Saiba mais em: A falta de hormônios também afeta os homens
Para uma considerável parcela da população masculina, a diminuição nos níveis de testosterona começa a ser percebida após os 50 anos. Ela pode se manifestar como:
Leia também: Saúde do homem: a partir dos 50 anos o cuidado deve aumentar
Vale destacar que a infertilidade, no entanto, não figura nesta lista. Ainda que redução dos níveis de testosterona possam levar à diminuição da fertilidade, o homem permanece fértil — eventualmente, em menor grau.
Portanto, assim como na mulher que faz reposição hormonal, o tratamento não devolve os índices de fertilidade perdidos. Serve, apenas, para amenizar os sintomas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a manutenção de um estilo de vida saudável favorece o equilíbrio hormonal masculino. Isso inclui:
Aprofunde-se a respeito: Andropausa existe? O que muda no corpo do homem com a idade?
O diagnóstico de deficiência de testosterona — ou Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM) — é clínico, mas também laboratorial. Isso porque, uma vez que os sintomas se assemelham aos de outras doenças, sua presença nem sempre remete ao problema.
No entanto, seja como for, eles demonstram que algo em relação à saúde não vai bem. Por isso, é importante marcar uma consulta com o urologista, para investigar, adequadamente, o quadro.
Na prática, para saber se o homem precisa, realmente, de reposição hormonal, é necessário comprovar a queda por intermédio de um exame de sangue (dosagem de testosterona total). Se constatada, o urologista irá definir, junto ao paciente, a melhor alternativa de tratamento, bem como avaliar se o mesmo pertence a algum grupo de risco.
A Terapia de Reposição Hormonal (TRT) indicada para homens que apresentam sintomas relacionados à queda hormonal. Isso, contanto que não façam parte do grupo para o qual o tratamento é contraindicado. Ela pode ser administrada por meio de gel transdérmico ou injeções intramusculares (de curta ou longa duração).
Para homens com suspeita ou diagnóstico de câncer de próstata ou de mama masculina, a reposição hormonal não é indicada ou deve ser realizada de forma muito controlada. Além disso, a TRT não deve ser usada para a melhora de desempenho atlético ou, tampouco, para o aumento do ganho muscular.
O acompanhamento médico durante o tratamento de reposição hormonal é primordial para a segurança e bem-estar do paciente. Cabe ao especialista fazer a monitorização clínica e laboratorial regular, observando se a meta de níveis hormonais está sendo mantida.
Assim, quando bem indicada e acompanhada, a reposição hormonal traz diversos benefícios para os homens. É o caso da melhora da libido, do aumento da massa muscular e da densidade óssea, entre outros.
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Mas, caso ainda restem dúvidas a respeito, sinta-se à vontade para entrar em contato. A equipe da Uromed – Clínica do Aparelho Gênito-Urinário, localizada em Florianópolis, SC, está à sua disposição!
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes