A uroneurologia (ou Neuro-Urologia) é uma subespecialidade médica, responsável por avaliar e tratar as doenças relacionadas ao controle do sistema nervoso sobre o sistema genitourinário, bem como as condições que causam a frequência urinária e podem ser responsáveis pelas disfunções miccionais.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), algumas anomalias e problemas no trato urinário inferior não possuem evidências tão óbvias para o diagnóstico, o que pode levar a condutas equivocadas quando não se considera a possibilidade de associação com as doenças neurológicas.
Para a entidade, as disfunções miccionais podem sim ter relação com doenças do sistema nervoso central, como é o caso da esclerose múltipla (EM). Além disso, estima-se que 36% dos pacientes com diagnóstico de patologias neurológicas têm bexiga hiperativa (BH), tendo como principal queixa a urgência miccional.
Isso porque o sistema nervoso central é o grande responsável pela coordenação dos movimentos do corpo, incluindo o funcionamento adequado do trato urinário. Sendo assim, quando há algum problema neurológico, é possível constatar casos de incontinência e dificuldades para conter os movimentos do sistema urinário.
Os dados da SBU mostram que 17,2% dos pacientes com BH nos Estados Unidos têm esclerose múltipla; 14,9% têm doença de Parkinson; 7,8% síndromes paralíticas; 4,4% acidente vascular cerebral (AVC); 4,3% trauma raquimedular; 3% espinha bífida; e 7% têm neuropatias desconhecidas.
Por esse motivo, a área da uroneurologia tornou-se cada vez mais importante para o diagnóstico das disfunções miccionais e na orientação de tratamentos personalizados. No artigo de hoje, conheça mais sobre essa especialidade.
A uroneurologia é a integração da urologia com a neurologia, sendo uma especialidade responsável por tratar as patologias do trato urinário consequentes de distúrbios neurológicos.
Nesse sentido, a área investiga as doenças de origem congênitas (geralmente hereditárias) ou adquiridas (traumas, acidentes, entre outros).
Durante a consulta, o médico especialista faz uma avaliação clínica, em conjunto com a análise de exames complementares, que ajudam na construção de um diagnóstico mais preciso, para tratamentos orientados e personalizados.
Na uroneurologia, o estudo urodinâmico é bastante completo. Afinal de contas, é preciso associar tratamentos da própria doença neurológica com intervenções urológicas, para diminuir as disfunções miccionais, bem como evitar condições mais graves, como a insuficiência renal.
Atualmente, sabe-se que as doenças neurológicas, tais como um acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, doença de Parkinson, demências (como mal de Alzheimer) e lesões da medula espinhal podem afetar o trato urinário inferior e resultar em condições tais como incontinência urinária, hiperatividade da bexiga e retenção urinária.
Anormalidades neurológicas menos acentuadas também podem causar problemas urológicos, como, por exemplo, alterações do sistema nervoso sensorial, levando a distúrbios de dor ao urinar ou alteração da frequência urinária (como a síndrome da bexiga dolorosa, conhecida por cistite intersticial, e a síndrome da dor pélvica crônica).
Os tratamentos recomendados para a uroneurologia se diferem de acordo com cada caso, levando em conta os objetivos que se deseja alcançar. Em geral, os procedimentos se caracterizam em dois grupos principais: o tratamento conservador ou cirúrgico.
No caso das intervenções conservadoras, é possível recomendar o cateterismo intermitente limpo, estímulos ou manobras de esforço abdominal para esvaziamento da bexiga, prescrição de medicamentos e exercícios de neuromodulação.
Já o tratamento cirúrgico tem como objetivo ampliar a capacidade da bexiga, aumentar ou diminuir a resistência infra-vesical, ou até mesmo, construir novos órgãos.
Há algum tempo atrás, uma das principais causas de óbitos entre os pacientes neurológicos era a insuficiência renal. No entanto, com a evolução dos exames urodinâmicos e exames complementares mais sensíveis, foi possível diminuir esse índice, já que os diagnósticos são mais precisos e precoces.
Dessa forma, é possível escolher opções de tratamento mais efetivas, diminuindo consideravelmente as chances de morte causadas pelas doenças urológicas.
Por esse motivo, de acordo com a SBU, é necessário considerar as doenças neurológicas como fator coadjuvante ou causa primária das disfunções miccionais e problemas no trato urinário inferior, principalmente em pessoas mais velhas.
Ou seja, o diagnóstico deve ser muito mais completo e amplo, considerando outras condições que nem sempre se reduzem somente às doenças urológicas.
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