Por: Dr. Luís Felipe Piovesan
Publicado em 07/03/2025 - Atualizado 10/03/2025
O câncer de testículo tem cura, principalmente, se descoberto em estágio inicial. No entanto, mesmo quando a doença se propagou, a cura é frequentemente possível. Trata-se de uma neoplasia mais frequente em homens jovens, cujo tratamento pode ser exclusivamente cirúrgico ou multidisciplinar, combinando cirurgia e terapêuticas complementares (radioterapia e/ou quimioterapia).
Neste artigo, explicamos os principais aspectos a respeito dessa neoplasia. Continue a leitura e saiba mais!
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), de todos os tumores malignos que afetam a saúde dos homens, apenas 1% surge nos testículos. Entre as malignidades urológicas, estima-se que 5% sejam câncer de testículo.
Apesar da frequência ser baixa, a doença representa um risco à saúde e precisa de atenção — principalmente, porque a incidência é maior na população em idade reprodutiva. Estudos mostram que homens entre 15 e 35 anos de idade são os mais vulneráveis à doença.
A causa exata do câncer testicular é desconhecida. Em relação aos fatores de risco, a atenção deve ser redobrada por quem apresenta histórico familiar da doença. O mesmo vale para quem teve criptorquidia, condição em que o testículo não desce para a bolsa escrotal, e história prévia de testículo contralateral.
O câncer de testículo é uma neoplasia rara e com baixo índice de mortalidade, quando comparada ao câncer de próstata, por exemplo. Isso faz com que a doença seja menos falada e pouco conhecida.
Para complicar, quando surgem os primeiros sinais, há chances de serem confundidos ou mascarados por inflamações dos testículos e dos epidídimos. Por conta disso, muitas vezes, somente quando os medicamentos não surtem efeito, a possibilidade de câncer passa a ser investigada.
O principal sinal do câncer de testículo é o aparecimento de um nódulo duro e indolor, geralmente, do tamanho de uma ervilha. Outras manifestações possivelmente associadas são o aumento ou a diminuição do testículo, assim como seu endurecimento.
Um hábito simples, que os homens podem adotar para prevenir a doença, é o autoexame mensal dos testículos. O método é uma maneira eficaz de detectar anomalias que podem estar relacionadas ao câncer do testículo em estágio inicial.
Saiba mais em: Como fazer o autoexame de testículos
O melhor momento do dia para realizar o autoexame é após um banho quente, pois o calor da água relaxa o escroto, facilitando a observação de anormalidades. Mas, atenção: somente um urologista pode afirmar o que as alterações identificadas no autoexame (como a presença de nódulos ou endurecimentos testiculares) significam, de fato.
O diagnóstico é obtido pelo exame físico criterioso, ultrassonografia da bolsa escrotal e pela dosagem de marcadores tumorais no sangue. Para confirmar a doença, realiza-se a coleta de material para biópsia.
Na maioria das vezes, isso é feito através da remoção cirúrgica do testículo afetado e do cordão espermático (orquiectomia). O procedimento, geralmente, não representa risco à função sexual ou reprodutiva do paciente. Isso, desde que o outro testículo esteja normal.
Após a cirurgia, a prescrição de um tratamento complementar depende da presença ou da possibilidade de a doença chegar a outros órgãos do corpo. Quando isso acontece, pode ser preciso fazer novas cirurgias e/ou sessões de radioterapia e/ou quimioterapia. Outras vezes, basta realizar o controle clínico.
O câncer de testículo tem cura, principalmente, quando diagnosticado precocemente. Ao ser descoberto na fase inicial, a chance de cura é de até 95%. Já quando há metástase (disseminação da doença), o índice de cura cai para, aproximadamente, 70%.
Considera-se como curado (ou seja, livre da doença) o paciente que foi tratado e não apresentou recidiva (retorno do câncer) no prazo de cinco anos. As boas taxas de recuperação se devem à evolução dos tratamentos.
Para concluir, tenha em mente que o câncer de testículo tem cura, mas que, quanto antes for diagnosticado, mais simples e efetivo é o tratamento. Por isso, mantenha seus exames de rotina em dia e, em caso de qualquer alteração na região, procure um urologista.
Em caso de dúvidas, entre em contato. A equipe da Uromed – Clínica do Aparelho Gênito-Urinário, localizada em Florianópolis, SC, está à disposição!
Material escrito por: Dr. Luís Felipe Piovesan
- Urologista - CRM 8402 RQE 4270
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Luís Felipe Piovesan é especialista em urologia pela Fundació Puigvert, Barcelona, e doutor em urologia pela USP. É coordenador científico do Hospital Governador Celso Ramos e foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, secção SC. Seus principais interesses são a urologia oncológica e tumores urológicos. Ver Lattes