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Publicado em 24/01/2022

Como é o tratamento do câncer de bexiga?

Como é o tratamento do câncer de bexiga?

Após receberem um diagnóstico, muitos pacientes buscam mais informações sobre o tratamento do câncer de bexiga. Atualmente, existem diversos métodos que podem ser utilizados para combater o crescimento das células malignas e reduzir o tamanho do tumor.

Para definir qual é o mais indicado para cada caso, deve-se realizar exames diversos e complementares, e fazer o acompanhamento com um especialista em câncer, o oncologista em conjunto com um urologista.

O primeiro profissional irá avaliar o estágio da doença e poderá escolher qual é o tipo de tratamento mais indicado para cada paciente com o auxílio do segundo.

Continue lendo para saber mais sobre o tratamento do câncer de bexiga e sobre essa doença em si.

Sobre o câncer de bexiga

O câncer de bexiga pode acometer ambos os sexos, mas é mais comum em homens. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), há mais de 10 mil novos diagnósticos anualmente, sendo que cerca de 7 mil são em homens.

Essa doença é descoberta, em muitos casos, após o paciente notar que há a presença de sangue na urina e ir a um urologista para descobrir a causa. Cerca de 70% dos casos diagnosticados ainda são iniciais, o que aumenta as chances de recuperação.

Vale ressaltar ainda que está doença está diretamente relacionada com o tabagismo. Segundo o INCA, entre 50% e 70% dos casos ocorre entre fumantes.

Quando diagnosticado, o tumor pode se enquadrar em quatro estágios diferentes:

  • fase I: o câncer nesta fase ocorre no revestimento interno da bexiga, mas ainda não invadiu a parede muscular da bexiga;
  • fase II: nesta fase o câncer já invade a parede da bexiga, mas ainda está confinado somente a este órgão;
  • fase III: as células cancerosas se espalharam, através da parede da bexiga, para o tecido circundante. Elas também podem ter se espalhado para a próstata nos homens ou para o útero ou vagina nas mulheres;
  • fase IV: nesta fase, as células cancerosas podem ter se espalhado para os nódulos linfáticos e/ou outros órgãos, como os pulmões, ossos ou fígado.

O diagnóstico precoce dos tumores beneficia o paciente que pode ter mais chances com o resultado dos tratamentos, evitando que a doença se agrave. Para isso, nós recomendamos manter consultas regulares com um médico, fazer acompanhamentos anuais com exames e procurar um especialista sempre que sentir algum incomodo ou anormalidade.

Tratamento do câncer de bexiga: como é feito?

O tratamento do câncer de bexiga ideal só poderá ser definido por um médico especialista que considerará diversos fatores, como o tipo e o estágio da doença, e também o histórico clínico do paciente. De forma geral, os métodos mais utilizados são:

Procedimentos cirúrgicos

Uma das formas de realizar o tratamento do câncer de bexiga é por meio de procedimentos cirúrgicos. Essa técnica pode ser utilizada em tumores iniciais ou mais graves.

No caso dos estágios iniciais, pode-se realizar uma cirurgia endoscópica para remover o tumor, que ainda será pequeno e superficial. Esse procedimento é conhecido como ressecção transuretal (RTU).

Durante a RTU, o médico retira as células malignas em pequenas fatias internas que contam com camadas musculares do órgão para avaliar o grau de profundidade do câncer em relação ao músculo da bexiga. Esses cortes são feitos por meio de corrente elétrica ou laser de alta energia.

Nos casos em que o câncer já invade as camadas mais profundas da parede da bexiga, pode-se indicar a remoção do órgão (cistectomia radical). Nesse procedimento também recomenda-se retirar as estruturas próximas.

Muitos casos nos homens, por exemplo, é feita a remoção da próstata e das vesículas seminais, o que pode causar a disfunção erétil. Para evitar esse problema, o cirurgião faz o máximo para poupar os nervos relacionados à ereção.

Nas mulheres, a cistectomia radical envolve a remoção do útero, ovários e parte da vagina. Como consequência, algumas pacientes têm infertilidade e menopausa de forma prematura.

Imunoterapia

A imunoterapia é outro método de tratamento do câncer de bexiga e se baseia no estímulo do sistema imunológico para combater as células cancerosas. Para isso, os médicos utilizam bactérias atenuadas, ou seja, que tem baixa capacidade de infecção, mas ainda conseguem estimular as células de defesa do corpo.

Esses microorganismos são administrados através da uretra, diretamente na bexiga, o que aumenta as chances das células cancerígenas serem eliminadas. Um exemplo muito utilizado é o Bacilo de Calmette-Guerin (BCG), uma bactéria usada em vacinas contra a tuberculose que estimula o organismo a reagir contra os tumores na bexiga.

Esse tratamento do câncer de bexiga é de extrema importância para os pacientes com tumores superficiais, uma vez que evita a reincidência. De forma geral, a administração das bactérias atenuadas é feita semanalmente por 6 semanas ou mais, dependendo do caso.

Quimioterapia

A quimioterapia usa drogas para matar células cancerosas. Esses medicamentos podem ser administrados através de uma veia do braço ou diretamente na bexiga por meio de um tubo através da uretra.

Muitas vezes, esse tratamento do câncer de bexiga é feito associado a outro método, como:

  • antes do procedimento cirúrgico para reduzir o tumor e possibilitar uma cirurgia menos invasiva e mais resolutiva;
  • depois da cirurgia para eliminar as células cancerosas remanescentes e
  • com a radioterapia, de forma complementar.

Radioterapia

A radioterapia é indicada com pouca frequência em pessoas com câncer de bexiga. Esse tipo de tratamento utiliza raios de alta energia que visam destruir as células cancerosas. Como já falado, pode ser realizada com a quimioterapia ou, ainda, após a cirurgia.

Para a realização desse tratamento do câncer de bexiga, o paciente fica deitado e uma máquina se move em torno do corpo, direcionando os feixes de energia para os pontos precisos.

É possível fazer a prevenção do câncer de bexiga?

Tão importante quanto conhecer as formas de tratamento do câncer de bexiga é saber como prevenir essa doença para orientar quem se ama e evitar a recidiva. Apesar de não existir nenhuma maneira garantida para fazer isso, algumas medidas reduzem o risco. Confira as principais:

  • não fumar;
  • beber bastante líquido, de preferência água;
  • ter uma dieta rica em frutas e legumes, e
  • evitar a exposição a produtos químicos e sempre siga as orientações de segurança para o manuseio desses.

Além disso, também recomendamos que você visite um urologista ao notar qualquer mudança no seu sistema urinário, como a presença de sangue na micção, dificuldade para ir ao banheiro, dor nas costas e inchaço.

Isso aumentará as chances da doença ser diagnosticada de forma precoce e, consequentemente, ampliará a possibilidade de cura total. Além disso, quando a doença é descoberta nos seus estágios iniciais, a necessidade de utilizar métodos mais agressivos, com efeitos colaterais maiores, diminui.

Mudar os hábitos e fazer consultas regulares a um médico de confiança é ainda mais importante para quem fuma ou fumou durante a sua vida. Como falado acima, o tabagismo está diretamente relacionado com essa doença. Por isso, repense sua rotina e faça check-ups regulares.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre o tratamento do câncer de bexiga ou deseja saber qual é o tratamento mais indicado para o seu caso, conte conosco. Somos uma clínica localizada no centro de Florianópolis e temos médicos especializados em urologia oncológica. Entre em contato para agendar uma consulta e tirar suas dúvidas.

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM 5179 RQE 9107

Formado em medicina e mestre em ciências médicas pela UFSC, o Dr. Aguinel Bastian Júnior é doutor pela USP e desde sua especialização dedica-se ao estudo e tratamento onco-urológico. É membro da equipe do NeoUro – Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed.   Ver Lattes