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Por: - Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675
Publicado em 07/11/2024

Mitos e verdades sobre o câncer de próstata

Mitos e verdades sobre o câncer de próstata

Existem muitos mitos e verdades sobre o câncer de próstata, o que pode gerar falta de informação e conhecimento sobre a condição. Por esse motivo, muitas pessoas se mostram resistentes a procurar um especialista em urologia para preveni-lo e tratá-lo.

Para contribuir com a propagação de informações corretas e ajudar a orientar as pessoas com dúvidas sobre o problema, vamos esclarecer o que é essa condição, seus sintomas, métodos de diagnóstico e opções de tratamento. Mais do que isso, abordaremos uma série de mitos e verdades sobre o câncer de próstata. Continue a leitura e confira as orientações da equipe da Uromed – Clínica do Trato Gênito-Urinário localizada em Florianópolis, SC!

Primeiramente, o que é o câncer de próstata?

A próstata é uma pequena glândula do sistema reprodutor masculino, responsável por produzir o líquido seminal, que nutre e transporta os espermatozoides. O câncer de próstata ocorre quando as células da glândula começam a se multiplicar de maneira descontrolada, inclusive, podendo se espalhar para outras regiões.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é a neoplasia mais prevalente entre os homens. Apesar de ser altamente curável, ele é responsável por 28,6% das mortes na população masculina que enfrenta diagnósticos de tumores malignos.

Quais são os principais sintomas da doença?

O câncer de próstata é conhecido por ser uma doença silenciosa em seus estágios iniciais, muitas vezes, não apresentando sintomas perceptíveis. No entanto, à medida que progride, podem surgir sinais que merecem atenção.

Dessa forma, entre os sintomas mais comuns, destacam-se:

  • alterações nos hábitos miccionais;
  • dor ou desconforto ao urinar ;
  • sangue na urina ou no sêmen; entre outros.

Mas, atenção: é essencial entender que esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições (benignas) da próstata, como a hiperplasia prostática benigna (HPB). Portanto, sua ocorrência não confirma o diagnóstico de câncer, mas deve motivar uma consulta médica para avaliação adequada.

Mitos e verdades sobre o câncer de próstata: veja o que você precisa saber

É importante reconhecer que, muitas vezes, os mitos sobre o câncer de próstata podem obscurecer a importância da detecção precoce e do diagnóstico preciso e oportuno. Algumas inverdades podem levar os homens a ignorar sintomas preocupantes, enquanto outros podem criar falsas expectativas sobre a eficácia de certos métodos de prevenção.

Por isso, separamos algumas respostas sobre os principais mitos e verdades sobre o câncer de próstata. Continue lendo para saber mais!

O câncer de próstata tem cura?

VERDADE! Como dito anteriormente, esse câncer é um dos tipos mais comuns em homens, especialmente, após a meia-idade. Porém, se diagnosticado precocemente, o paciente pode ter chances de cura maiores que 90%.

Sua ocorrência é considerada comum?

VERDADE! O câncer de próstata, no Brasil, é a segunda forma mais frequente de câncer diagnosticada em homens, ficando apenas atrás do câncer de pele não melanoma em termos de incidência. Segundo dados do INCA, estima-se 71.730 novos casos da doença, para cada ano do triênio 2023-2025, no país.

Todos os diagnósticos são iguais?

MITO! São necessários vários exames antes de se definir o diagnóstico do câncer de próstata, o tipo de tumor e o respectivo estadiamento (extensão da doença). Os mais realizados são o exame de toque retal, a dosagem de antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês), a ultrassonografia transretal e a biópsia da próstata.

Toque retal e PSA

toque retal é um exame físico, empregado para avaliar o tamanho da próstata, sua textura e uma possível presença de áreas endurecidas na glândula. Paralelamente, realiza-se o exame de PSA, que consiste na análise do nível dessa proteína no sangue, a qual é produzida pelas células prostáticas.

Ultrassonografia transretal e biópsia da próstata

Quando há anomalias detectadas no toque retal ou elevações nos valores do PSA, o próximo passo é a realização de exames mais aprofundados. Trata-se da ultrassonografia transretal (um exame de imagem) e da biópsia da próstata (análise laboratorial de pequenas amostras de tecido prostático).

Exames complementares

Em geral, após a realização dos referidos exames, o diagnóstico já pode ser confirmado. Em certos casos, no entanto, podem ser necessários exames de imagem adicionais, para avaliar a extensão da doença e orientar o tratamento adequado. É o caso, por exemplo, da ressonância magnética, cintilografia óssea e PET Scan.

O câncer de próstata apresenta sintomas na fase inicial?

MITO! Na fase inicial, o câncer de próstata, geralmente, não provoca sintomas. Em 95% dos casos, os sinais da doença só aparecem em estágio avançado. Portanto, para diagnosticá-la precocemente, é importante ir às consultas com o urologista periodicamente e realizar os exames solicitados.

Os exames preventivos são mesmo recomendáveis?

VERDADE! Mesmo na ausência de sintomas, homens que têm a partir de 45 anos devem ir, anualmente, ao urologista. Entretanto, se houver histórico familiar da doença ou outros fatores de risco associados, a idade diminui para 40 anos.

A detecção precoce aumenta as chances de tratamento?

VERDADE! Ao ser diagnosticado no início, as chances de cura do câncer de próstata são bem maiores. Isso porque, o tratamento oportuno (além de ser bem menos agressivo) impede que essas células se espalhem para outros órgãos, formando metástases.

A vida sexual do paciente pode ser afetada?

VERDADE!  Cirurgia de próstata pode ter efeitos colaterais que afetam a  vida sexual . Assim, o risco de apresentar  disfunção erétil  durante o tratamento existe, mas tende a ser menor quanto mais cedo a doença for detectada. Dessa forma, a complicação, muitas vezes, é temporária. No entanto, se for permanente, existem medicamentos,  próteses  e implantes que funcionam bem.

O tratamento desta neoplasia sempre causa impotência?

MITO! O tratamento do câncer de próstata pode, realmente, levar à impotência. Mas, como explicado, nem todos os pacientes ficam permanentemente impotentes. Depende da idade, do tipo de técnica cirúrgica, entre outros fatores.

O câncer de próstata pode ser hereditário?

VERDADE! Vários fatores podem ser responsáveis pelo desenvolvimento do câncer de próstata, sendo a hereditariedade um deles. Isso é válido, principalmente, quando há dois ou mais parentes de primeiro grau com a doença e se esta for descoberta antes de seus 60 anos. Nesses casos, os homens da família são considerados com elevado fator de risco, devendo iniciar o rastreamento mais cedo do que a população em geral.

Após o tratamento, não é mais preciso tomar medicamentos?

MITO! Novamente, tudo depende de cada caso. Se o paciente passou por uma prostatectomia radical e ela for considerada curativa, não será necessário o uso de nenhum medicamento adicional.

Mas, havendo o comprometimento de margens, vesículas seminais ou linfonodos, pode ser indicado o tratamento com radioterapia e, às vezes, recomenda-se também o bloqueio androgênico. Além disso, o médico deve personalizar o período de acompanhamento e os exames necessários em função da idade do paciente, da proporção e do estágio do câncer.

De modo geral, os exames de rotina sempre serão necessários. Esses, basicamente, incluem a dosagem do PSA e exames de imagem, como ultrassonografias, radiografias ou cintilografias ósseas (quando existem sintomas ou elevação significativa do PSA).

Mitos e verdades sobre o câncer de próstata: esclarecidos!

Agora que você já tem muitas informações sobre o assunto, que tal procurar seu urologista para realizar um exame? Lembre-se que, como bem lembra a campanha Novembro Azul, a conscientização e a educação são essenciais para combater essa doença.

Para concluir, é muito importante conhecer os mitos e verdades sobre o câncer de próstata. Afinal, isso possibilita estar bem informado e cuidar da saúde de maneira efetiva!

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Mas, se ainda restarem dúvidas sobre a doença, possíveis sintomas ou precisar de orientações sobre exames de rotina, entre em contato com a equipe da Uromed!

 

Material escrito por:
- Urologista - CRM/SC 12492 RQE 10675

Dr. Ricardo Kupka é formado em medicina pela UFSC. Especialista em urologia e cirurgia geral no Hospital Governador Celso Ramos. Realizou fellowship em Uro-Oncologia pela USP e Hospital Sírio Libanês, e o doutorado em Urologia na USP. É membro da NeuUro - Núcleo de Estudos em Onco-urologia da Uromed. Seus principais interesses são urologia oncológica e tumores urológicos.   Ver Lattes